Cativeiro de Daniel foi usado em seqüestro anterior

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Por Agencia Estado
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Os executores do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), José Edson da Silva e o menor L.S.N., de 17 anos, utilizaram o cativeiro descoberto nesta quarta-feira, em Juquitiba, na Grande São Paulo, no seqüestro do cabeleireiro e travesti Adi Ferreira da Silva, de 37 anos. Assim como o prefeito, o cabeleireiro foi assassinado pelo menor, a mando de Edson. Edson confessou o crime em detalhes ao Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic). Ele e L.S.N., autor dos disparos que mataram Celso Daniel, seqüestraram Adi e o também travesti Hudson Mendes, no dia 4 de janeiro. As vítimas foram levadas para a mesma chácara em que o prefeito ficou, entre Juquitiba e São Lourenço da Serra. A negociação do resgate foi fechada em R$ 3 mil. Num descuido dos bandidos, Hudson conseguiu fugir. Como Adi não tinha dinheiro, a dupla decidiu matá-lo. No dia seguinte, a vítima foi colocada no porta-malas do Tempra de Edson - o mesmo que levou Celso Daniel para o local de sua morte. Numa estrada próxima de Miracatu, o travesti foi morto. Edson deu um tiro, e o adolescente, outros dois. Cada um estava com uma pistola calibre 9 mm. Edson disse ainda aos policiais que as armas utilizadas nesse crime foram trocadas pela submetralhadora usada no seqüestro de Celso Daniel. Ele será indiciado no 51º Distrito Policial, onde está registrado o caso por extorsão mediante seqüestro seguido de morte. Edson, que saiu nesta quinta-feira do Deic para diligências com a polícia, ameaçou matar-se. Deu várias cabeçadas no chão da cela e ainda tentou enforcar-se com as próprias mãos. Não conseguiu fazer nenhum corte na cabeça. Segundo policiais, o pai de Edson esteve nesta quinta no Deic para ver o filho. O menor prestou um detalhado depoimento aos policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Depois, foi transferido para a Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem). O adolescente responderá pelo assassinato do prefeito na Vara da Infância e Juventude. Os peritos também encerraram nesta quinta-feira a análise da casa utilizada como cativeiro. O DHPP prossegue na busca dos sete suspeitos que ainda estão foragidos. Dois deles, que tomaram conta do prefeito no cativeiro, ainda não estariam identificados. A família de Celso Daniel e integrantes do Partido dos Trabalhadores adiaram para a próxima segunda-feira a entrevista coletiva que estava marcada para a manhã desta quinta, na sede da prefeitura de Santo André. A decisão foi tomada para que os depoimentos dos criminosos presos fossem encerrados. Para o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT), que acompanha a apuração, o caso está totalmente esclarecido.

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