Cauã Reymond encerra desfiles e arranca aplausos

Grande atração da grife TNG, ator foi cercado por seguranças na passarela para conter o assédio

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Por Roberta Pennafort , Talita Figueiredo e RIO
Atualização:

Última a subir ontem na passarela do segundo dia de desfiles da edição de outono-inverno da Fashion Rio, a TNG trouxe o astro da vez. Cauã Reymond arrancou aplausos e suspiros nos três looks que desfilou e retribuiu com beijos para a plateia. O assédio foi tanto que quatro seguranças correram para passarela, no fim da apresentação. Além do ator global, desfilaram pela grife as tops Mariana Weickert e Gianne Albertoni. "A coleção fala de praticidade e conforto", disse o estilista Tito Bessa Júnior. A marca trouxe no jeans a peça curinga, que variou do casual à alfaiataria, do justo ao largo, do curto ao comprido, do azul ao pálido. O destaque do dia, porém, foi o desfile da Redley, que trouxe casaco de lã, bota, luva e cachecol para um dia típico do verão carioca: de sol fortíssimo e suadouro generalizado. Numa estação de clima instável, a grife se arriscou ao levar a passarela para o Parque Nacional da Tijuca, na zona norte. Poderia ter chovido e dado tudo errado - mas o sol brilhou entre as árvores e iluminou os looks bem invernais da marca, que já conta 23 anos. Não por acaso, o investimento era nas "cores da natureza": marrom, telha, diferentes tonalidades de azul, verde-musgo e "verde-clorofila", em peças em tricô vazado (blusas, cachecóis, vestidos), patchwork (jaquetas, bermudas) e bonitos detalhes em macramé (vestidos, boleros, blusas). Tudo em integração com os tons da floresta e ao som de Tudo Que Você Podia Ser, de Marcio Borges e Lô Borges, na voz de Milton Nascimento. A grife jovem, que em 2007 se apresentou no Forte de Copacabana, instalou grandes bancos de madeira ao longo de sua passarela, bem no clima "alternativo e autossustentável", ecologicamente corretíssimo. Usou tecidos como gaze de algodão e o inusitado algodão de garrafa pet; para enfeitar seus meninos e meninas, pulseiras e colares de sementes. Nas mãos, bolsas espaçosas para viagens no frio. As poucas estampas eram reproduções de folhagem (digitais), e apareceram em bermudas, camisas e casacos. Na Marina da Glória, território do Fashion Rio, a tarde foi aberta por dois desfiles de jovens grifes de moda feminina, Giulia Borges e Homem de Barro, esta do casal Marcio Duque e Aline Rabello Dias. As duas dividiram a passarela. Enquanto Giulia imaginou uma bem-humorada mistura de índios e caubóis, a grife de Niterói, que vende para todo o País, buscou inspiração no livro O Menino do Dedo Verde, clássico infantil do francês Maurice Druon. Giulia apostou nas estampas e nos grafismos, e não abriu mão dos laçarotes, uma marca sua. Viu-se muito chamois, o que era previsível levando-se em conta o universo escolhido, além de calçados meio bota (com franjas), meio sandália plataforma. "Tentei trabalhar um jogo de misturas, unindo os dois universos de forma divertida", explicou Giulia, que estreou no evento no ano passado. "Quis o étnico fugindo do literal." A Homem de Barro foi bem fundo na história do menino Tistu, que descobre o incrível dom de fazer brotar plantas e flores onde encosta seu dedo. Estampou e aplicou flores e folhagens em saias, blusas e vestidos. ILUSÕES O tricô, carro-chefe da Coven, predominou na coleção outono-inverno. A estilista Liliane Rebehy imaginou um mundo de ilusões como linha mestra de seu desfile. Como em outras passarelas, formas secas em vestidos e calças, muitas vezes coladas ao corpo, só usáveis pelas bem - bem mesmo - magrinhas. A Coven, vendida nos cinco continentes, salpicou laranja, fúcsia e vermelho em meio ao marrom e preto, e trabalhou o fio do tricô de blusas, vestidos e boleros criando um efeito de fake fur (falsa pele). A marca Mara Mac Oriental se inspirou na história do chá e homenageou países como China, Tailândia, Japão, Marrocos e Índia. A grife do pernambucano Melk-z-se também recorreu ao "chá", mas a partir de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. Ele mostrou nos 23 looks referências de típicos bordados ingleses e até de bules e xícaras. A base dos tons foi o preto permeado com branco, tangerina, ultravioleta, rosa e azul. A carioca Alessa incluiu estampas floridas em sua coleção Bem-me-quer. Ela trouxe sensualidade com o uso de lingerie como outwear em contraste com a masculinidade, que aparecia nos sapatos. "Toda a coleção vem ainda com etiquetas com sementes prontas para cultivar o bem-me-quer", disse a estilista Alessandra Migani. Hoje é dia de Filhas de Gaia, Koolture, Tessuti, Maria Bonita Extra, Cavendish e Victor Dzenk. A semana de moda carioca vai até sexta-feira.

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