Cavalera estreia no asfalto do Minhocão

Em dia de desfiles abertos, a Neon também foi a público, no Ibirapuera

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Por Redação
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O domingo teve um clima de passarela até mesmo para o paulistano que passou longe da porta da Bienal, onde ocorre a 27ª São Paulo Fashion Week, no Ibirapuera, zona sul. Na região central da cidade, o maior trambolhão arquitetônico urbano, o Minhocão, normalmente fechado para o lazer nesse dia, virou a passarela da Cavalera. Sobre o viaduto, cadeiras de praias receberam os convidados de sombrinhas coloridas para se proteger do sol. "A cidade não vai se livrar do Minhocão. Ele é necessário. Então a ideia é dar mais opções de lazer e cultura a esse espaço", afirma Alberto Hiar, o Turco Louco, dono da marca. Confira o especial do SPFW Poucos foram os moradores dos prédios ao redor do Minhocão que saíram às janelas, mas quem estava lá, andando de bicicleta ou correndo, prestigiou o show. Foram 65 looks, coloridos, jovens, confortáveis, feitos para uma moçada que curte esporte. Hiar se preocupou com o conceito. Colocou na passarela 45 modelos e 15 paulistanos comuns. E a opção foi a diversidade das ruas. Na passarela, quatro homens negros - um entrou de mãos dadas com uma mulher branca -, duas meninas negras gêmeas e um bebê loiro, entre skatistas, bikers, surfistas e patinadores. "Nunca tinha visto um desfile antes", disse a paraense Ana Zélia Rodrigues, de 40 anos, que viu a cena da sacada de casa. "No Pará não tem separação de raças como aqui." No início da tarde, outra grife de apelo urbano, a Neon, também abriu o desfile ao público. Com turbantes e óculos escuros, as modelos vestiram collants, katfas, túnicas, calças capri e saias, tudo muito colorido e estampado. Dentro da Bienal, Lino Villaventura continuou no espírito bosque encantado, com caçadores e ninfas - para elas, uma coleção creme, esvoaçante, com organza e tulê de seda pura, e para eles,variações de camiseta e calça de seda enervurada. Já Ronaldo Fraga foi ao universo da Disneylândia. Personagens como Maga Patalógica, Tio Patinhas e Mickey, com uma pegada de seres do mal, viraram estampas. O estilista insistiu no xadrez, como Marcelo Sommer, que apesar de não estar no calendário oficial apresentou coleção num show paralelo. "O xadrez é para sempre", diz Sommer. Ele vestiu os integrantes da banda Stop Play Moon - a vocalista Geanine Marques, acompanhada de Paulo Bega e Ricardo Athayde, e a modelo Luciana Curtis - com quatro looks. "O conceito da coleção é listrado e muita cor." Os desfiles mais convencionais foram os de Jefferson Kulig e Mario Queiroz. O primeiro procurou popularizar a marca, desenvolvendo vestidinhos fluidos, com pequenas aplicações de pedrarias e cadarços. Mario Queiroz remeteu a sua coleção aos anos 80 em Paris. Os paletós apareceram sequinhos e fizeram par com shorts e calças mais larguinhas, estilo saruel. Na cartela de cores, o profissional passeou pelos tons preto, branco, cinza e azul. A novidade foi o lançamento da primeira linha de underwear. ADRIANA DEL RÉ, DEBORAH BRESSER, EDUARDO DIÓRIO e VALÉRIA FRANÇA

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