CDHU garante investimentos apenas até 2002

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Por Agencia Estado
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A queda da atividade econômica no País este ano, com a redução da projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,8% para 2,2%, não deverá comprometer o programa de investimentos da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), garante o presidente da empresa, Antonio Luiz Pacheco. As receitas da CDHU provêm de 1% da arrecadação obtida pelo governo estadual com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que já teria entrado em escala menor de crescimento por causa da redução da atividade econômica no País. "Dados da Secretaria de Fazenda do Estado sobre ICMS mostram que a arrecadação está em queda em relação às nossas projeções, mas permanecem acima do obtido no ano passado", informa Pacheco. Segundo ele, o orçamento anual da CDHU gira em torno de R$ 750 milhões, o que garante a construção de 25 mil a 28 mil unidades habitacionais por ano, destinadas à população de baixa renda. "Os empreendimentos previstos para até o fim de 2002, com a entrega de 80 mil unidades em todo o Estado, sendo de 25 mil a 30 mil somente na capital, estão garantidos", reafirma. No entanto, admite o executivo, os impactos da retração econômica devem ser atingidos a partir de 2003. "Menos recursos ingressarão no Estado e, evidentemente, deixaremos de iniciar novos projetos. O que está em andamento está garantido, mas o futuro...", projeta. Pelos cálculos da CDHU, a demanda por moradia no Estado de São Paulo, como em todo o País, acompanha o crescimento vegetativo da população brasileira. "Falar nesses números é algo muito difícil e discutível, pelo fato de podermos adotar critérios diferentes. O que sabemos é que a demanda cresce a cada ano e o Estado não tem condições de zerar o déficit habitacional sozinho", argumenta. Por isso, diz Pacheco, a decisão da Caixa Econômica Federal de suspender as linhas de financiamento para a compra de imóveis pela classe média agrava ainda mais, nos próximos anos, esse cenário já desfavorável. "A saída da Caixa provoca uma disputa pelos imóveis entre a classe média e a população de baixa renda. O mercado imobiliário sente os efeitos das decisões de agora somente no médio e longo prazo", comenta, afirmando que, mantidas as condições atuais, as projeções do segmento imobiliário para a baixa renda não são animadoras.

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