CDP de Ribeirão Preto está 'administrável', diz advogada da OAB

Rebelião no último dia 11 de abril causou destruição de parte do prédio e morte de dois detentos

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Por Brás Henrique
Atualização:

A coordenadora da Comissão dos Direitos Humanos, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de Ribeirão Preto, Ana Paula Vargas de Mello, entrou ontem (01) no Centro de Detenção Provisória (CDP) do município para verificar a situação dos presos. Uma rebelião ocorrida em 11 de abril causou a destruição do prédio e a morte de dois detentos, além de vários feridos. "De maneira geral, a situação já melhorou em relação à última visita que fizemos, no dia 19", disse Ana Paula. "Está mais `administrável'", emendou ela. O CDP tem capacidade para 768 presos, mas está com 754 no momento, depois de várias transferências ocorridas nas últimas semanas. O governador José Serra (PSDB) já informou que destinará R$ 1,5 milhão para a reforma do prédio.   Para entrar novamente no prédio, Ana Paula precisou da presença de um juiz federal, pois a direção do CDP não permitia outra visita, além da ocorrida no dia 19, que só aconteceu por força de uma liminar judicial na véspera. Cobertores entregues à Pastoral Carcerária já foram repassados aos presos, a informação de falta de água potável não procede e a única preocupação, segundo a advogada, é que os detentos não têm toalhas para se enxugarem depois do banho. "Com a mudança climática a preocupação é com o surgimento de possíveis doenças, como gripe e pneumonia", disse Ana Paula. A meta, portanto, agora é arrecadar toalhas e escovas dentais para levar aos presos.   Segundo Ana Paula, em conversa com a direção do CDP, a licitação para reforma, em caráter de urgência, já foi aberta, mas sem previsão de início das obras. Até ontem (01), 215 presos já tinham sido transferidos para diversas unidades do Estado, sendo pelo menos 92 para o CDP de Araraquara. Parentes de presos continuam fazendo vigílias ao lado do presídio, para obter informações sobre as transferências. O motivo da rebelião de 11 de abril ainda será apurado. Algumas das versões são de que ocorreu em função da superlotação, contra o rigor da administração e também devido a uma transferência de presos de Franca para a unidade.

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