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CDP de São José dos Campos passa por vistoria após rebelião

Detentos ficaram rebelados por quase dez horas na quinta-feira

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois da rebelião de quase dez horas na quinta-feira, a sexta-feira foi dia de um pente-fino no interior do Centro de Detenção Provisória (CDP), da cidade de São José dos Campos, a 83 quilômetros da capital paulista, no Vale do Paraíba. Localizado no bairro do Putim, o complexo prisional foi palco de uma rebelião que teve início às 15 horas de quinta-feira e só terminou às 23h45. Dois túneis, três celulares e muitos objetos perfurantes foram encontrados durante a vistoria realizada pela Polícia Militar. Por conta da rebelião, os presos serão punidos com a suspensão das visitas neste final de semana. Os trabalhos para fechar os túneis cavados pelos detentos já começaram. Rebelião O motim teve início durante o horário de visitas de parentes aos detentos das alas 3 e 4. Simulando estar passando mal, um dos detentos fez com que um dos agentes penitenciários saísse duma área entre grades conhecida como "gaiola" e fosse até o grupo que pedia ajuda ao colega. No momento em que se aproximou, o agente foi dominado pelos presos, que também tentaram uma fuga. Na tentativa de conter a ação dos detentos - um destes armado com um revólver - outros três agentes foram tomados como reféns. O clima no CDP começou a ficar um pouco mais calmo por volta das 19 horas, quando 60 dos 225 parentes que estavam nas celas e um dos reféns foram liberados. Policiais militares do 1º Batalhão de Policiamento do Interior (BPM/I) cercaram o complexo prisional e acionaram homens do Corpo de Bombeiros, pois havia possibilidade dos amotinados atearem fogo em colchões e cobertores, mas nada foi destruído dentro do CDP, segundo os funcionários. Nem houve a necessidade de se acionar a Tropa de Choque para controlar o motim. Ao serem liberados, alguns dos parentes dos presos afirmaram que os detentos se rebelaram por causa da superlotação, que obriga presos sem enfermidade grave ficarem nas mesas celas com colegas infectados por aids e tuberculose. Durante todo o processo de negociação com os rebelados, o que mais se ouvia da boca dos presos era exigência de transferência.

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