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Celular funciona em prisão do PCC

Na Penitenciária 2 (P2) de presidente Venceslau, onde estão 765 integrantes da facção, aparelhos da operadora Vivo funcionaram normalmente

Por Agencia Estado
Atualização:

O esperado corte da telefonia celular não atingiu a Penitenciária 2 (P2) de Presidente Venceslau, onde estão detidos os 765 integrantes do PCC transferidos no dia 11. A própria direção da P2 constatou que o sinal da operadora Vivo funcionou normalmente. Agentes penitenciários e diretores conseguiram receber e fazer ligações de dentro da penitenciária, embora a comunicação tenha sido cortada em toda a cidade e também na Penitenciária 1 (P1). O bloqueio do sinal das antenas perto de presídios foi determinado pela Justiça e está em vigor desde sexta-feira também nos municípios de Avaré, Araraquara, Iaras, Franco da Rocha e São Vicente para dificultar a comunicação de presos e integrantes do PCC do lado de fora das prisões. "Foi um susto. Estava trabalhando quando meu celular tocou e daí caiu a ficha: os presos podiam falar pelo celular", contou um agente. "O sinal da Vivo foi até mais forte do que costuma ser", contou o coordenador dos presídios do Oeste Paulista, José Reinaldo Santos. Segundo ele, na manhã de domingo, quando teve conhecimento de que o sinal não fora cortado, comunicou o fato imediatamente ao secretário de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa. De acordo com Santos, o sinal da TIM e da Claro, outras duas operadoras que funcionam na área, foram cortados. "Mas o da Vivo continuou funcionando", disse. Santos e diretores da P2 disseram que a Vivo informou que se tratava "de janelas abertas" por comunicação de torres de cidades próximas que não tinham sido atingidas pelo corte. Até as 17 horas de segunda-feira a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) não tinha informação oficial sobre o assunto e informou apenas que o sinal da P1 havia mesmo sido bloqueado. Às 18h30, um diretor da P2 informou que a Vivo havia, aparentemente, conseguido cortar o sinal da unidade. Usuários insatisfeitos Em São Vicente, os celulares da Claro e da Tim voltaram a funcionar, segunda-feira, nos arredores do Centro de Detenção Provisória (CDP) e das Penitenciárias I e II, em São Vicente, no km 66 da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega. Os celulares da Nextel e Vivo continuavam mudos, o que vem provocando críticas dos clientes residentes na área continental. Os moradores de bairros num raio de 2 a 3 quilômetros de distância dos presídios reclamam que estão sem sinal. A agente comunitária de saúde Severina Gomes da Silva, que mora no Parque Continental, a 2 quilômetros das prisões, desde sexta-feira está com o seu celular mudo e não se conforma com a situação. "Eles garantiram que a população vizinha não seria prejudicada, mas não é o que está acontecendo", diz. Em Avaré, os moradores começaram a semana sem poder usar o celular. O bloqueio do sinal atingiu bem mais do que o entorno dos dois presídios. Taxistas e empresas prestadoras de serviços são os mais afetados. "Recebo os chamados pelo celular e calculo que já perdi umas 30 saídas", disse o taxista Alfredo Gianotti. A venda de celulares nas lojas despencou. "Foi o fim de semana mais fraco do ano", disse Ivan Jares, gerente de uma loja especializada. Apesar dos prejuízos, a Associação Comercial e Industrial decidiu esperar até o fim da semana para pedir na Justiça o restabelecimento do serviço. Segundo o presidente Ibrahim Ismael, as operadoras informaram que, num prazo máximo de cinco dias, o bloqueio estará limitado às áreas dos presídios. Os 3.850 moradores de Iaras, que até a manhã de domingo conseguiam usar os celulares da Vivo, na Segunda-feira tinham todos os aparelhos completamente mudos. A operadora fez ajustes na antena depois de descobrir que os sinais continuavam entrando na penitenciária local. Segundo o prefeito Paulo Sérgio de Moraes (PTB), a maioria da população está aceitando o bloqueio. "As pessoas entendem que é melhor ficar sem o celular, mas ter paz."

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