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Cerca de 700 presos devem ser transferidos de Ribeirão Preto

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 700 presos da Penitenciária de Ribeirão Preto deverão ser transferidos, a partir de sexta-feira, para outras unidades prisionais do Estado de São Paulo, por causa da destruição do prédio feita durante a rebelião no dia 14. Por segurança, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) não dá detalhes sobre as transferências. A penitenciária, em Ribeirão Preto, a 310 quilômetros de São Paulo, tem capacidade para 792 presos, mas abriga 1.070. A reforma do prédio pode demorar cerca de seis meses. Também será investigada a situação de vários detentos, que sofreram queimaduras no dia da rebelião. Desde então as visitas foram proibidas. Dois promotores estiveram no presídio para avaliar os estragos e as denúncias de possíveis maus-tratos e de presos queimados. A OAB encaminhou notificações ao Ministério Público Estadual (MPE) e ao juiz-corregedor dos presídios, Luiz Augusto Freire Teotônio, na sexta-feira, pedindo informações sobre a situação. Outra notificação foi encaminhada na segunda-feira à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa. Familiares disseram à coordenadora da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Ribeirão Preto, Ana Paula Vargas de Mello, que os presos teriam sofrido queimaduras durante a intervenção da Tropa de Choque. Eles teriam sido obrigados a apagar o fogo de colchões com as mãos, pés e nádegas. Há feridos, mas não se sabe o número exato. O promotor-corregedor dos presídios, Eliseu José Berardo Gonçalves, disse que a notificação será encaminhada à Polícia Civil, que fará a investigação. Não confirmou, no entanto, a possível abertura de um inquérito contra a Polícia Militar. Gonçalves soube dos estragos no prédio e aguarda um posicionamento do procurador-geral de Justiça do Estado, Rodrigo Rebelo Pinho, para definir quais as estratégias a serem adotadas na região quanto aos presídios da cidade.

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