Cesar Maia pede à polícia que atire e mate os bandidos

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Por Agencia Estado
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O prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), criticou hoje a recusa da governadora Benedita da Silva (PT) a aceitar ajuda federal para enfrentar a criminalidade no Rio de Janeiro. Segundo ele, Benedita deveria ter, na realidade, exigido o auxílio do governo da União, que tem a obrigação legal de combater o tráfico de drogas e de armas. O pefelista também pediu "dureza" da Polícia em relação aos criminosos e declarou que os policiais devem atirar nos bandidos. "Precisamos de polícia, de tiro, de acuar o delinqüente. E se morrerem dez delinqüentes, que morram. Cem, quinhentos, mil, quantos forem necessários para restabelecer a ordem pública." "A responsabilidade é do seu (Anthony) Garotinho (ex-governador), mas daqui a um mês vai ser da governadora Benedita (da Silva) também", acusou. "Porque, ou (o governo estadual) entra duramente e pára de ficar ouvindo sociólogo demais...Neste momento o que a gente precisa é de Polícia. Não precisa de sociólogo. Precisa de polícia armada, bem armada, para combater e acuar os bandidos e delinqüentes. Maia afirmou que Benedita poderia ter convocado forças federais para ficar sob o seu comando, sob a alegação de que o primado da lei e da ordem está em perigo no Estado. "Acho que o governo do Estado deveria definir, ele mesmo, uma espécie de comando de emergência, com a governadora liderando, com a presença de forças federais, forças estaduais, Ministério Público, definir juízes de resposta rápida, para que se possa entrar onde se tiver que entrar, bloquear comunicação onde se tiver que bloquear, e dar respaldo à Polícia para ela não ter vergonha de atirar", disse. Segundo o prefeito, a Polícia deve ter "ímpeto de atirar" contra os criminosos. "Não deve ter um sinal de cima que dê a ela uma certa vergonha, um certo receio, de usar arma de fogo", disse, referindo-se a uma orientação do comandante da Polícia Militar, coronel Francisco Braz, para evitar disparos que coloquem em risco a população. "Tem que usar arma de fogo, duramente, contra os delinqüentes. Se os delinqüentes estão afrontando a segurança cidadã, estão afrontando a segurança pública e a autoridade do Estado, têm que ser recebidos à bala." O pefelista disse que a população vive uma situação de pânico, que atinge desde a classe média, que não sai mais com seus próprios carros, aos favelados, o que está afetando a tradicional vida noturna da cidade e deixando as ruas desertas, à noite. "Você entra numa favela de madrugada, hoje, e as pessoas não estão mais ali numa birosca, tomando uma cerveja, um pagodezinho do lado. Estão escondidas dentro de casa, na favela também." ?Oportunista enganador? O ex-secretário de Segurança Pública Josias Quintal, rebateu as críticas ao governo Garotinho, período em que foi secretário. "Cesar Maia é um oportunista enganador, que bateu na segurança do Estado durante nossa gestão, mas não ampliou o contingente da Guarda Municipal. Ele não colabora para nada" afirmou. Quintal atacou, porém, o atual governo e os acordos feitos pelo comandante da Polícia Militar e líderes comunitários, para evitar conflitos em favelas. Segundo ele, o mentor do processo é o sociólogo Luiz Eduardo Soares. A governadora informou, por assessores, que não comentaria as críticas de Maia.

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