Chacina de empresários portugueses completa 1 ano amanhã

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Por Agencia Estado
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Amanhã completa um ano a chacina de seis empresários portugueses, em Fortaleza. Os cinco autores da tragédia - o português Luís Miguel Melitão Guerreiro, mentor intelectual do crime; o cunhado dele, Manoel Lourenço Cavalcante, e os seguranças Leonardo de Sousa dos Santos, Raimundo Martins da Silva Filho e José Jurandir Pereira - cumprem pena desde 23 de fevereiro no Instituto Penal Paulo Sarasate. Cada um deles foi condenado a mais de cem anos. Mas, até agora, as famílias das vítimas, todas residentes em Portugal, ainda não receberam os bens apreendidos pelas autoridades brasileiras e nem o dinheiro roubado pelo bando. De acordo com o promotor Teodoro Silva Santos, a restituição dos bens poderia ter sido feita desde a divulgação da sentença. Basta um representante das famílias fazer uma petição dirigida à juíza responsável pelo processo, Roselene Facundo, da 4.ª Vara Criminal de Fortaleza. Santos disse que a Promotoria abriu uma conta de poupança corrigida (valor do câmbio da época: US$ 1,00 igual a R$ 2,20) de R$ 15 mil. "Temos também em nosso poder uma Kombi que, comprovadamente, foi comprada com o dinheiro dos portugueses. Estão ainda depositados relógios, canetas, aparelhos de som, telefones celulares, entre outros objetos", informou o promotor. Uma reportagem publicada hoje no jornal cearense Diário do Nordeste informa que, com a morte dos maridos, algumas das viúvas passam por dificuldades financeiras, em Portugal, e que elas ainda não pediram o ressarcimento por não conhecerem os procedimentos legais. Os portugueses Antônio Correia Rodrigues, Joaquim Manoel Pestana da Costa, Vítor Manoel Martins, Joaquim Fernandes Martins, Joaquim Silva Menses e Manuel Joaquim Barros foram mortos na madrugada de 12 de agosto. Depois de desembarcarem em Fortaleza, onde pretendiam passar férias, eles foram levados por Guerreiro, que morava na capital cearense há um ano, para a barraca Vela Latina, na Praia do Futuro. Lá, foram torturados com pauladas e pedradas e levaram tiros. Em seguida, os criminosos os enterraram vivos numa vala na cozinha da barraca.

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