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Cheia afeta moradores de dois municípios do Amazonas

Cerca de 2 mil crianças estão sem aula desde os últimos 15 dias por causa da cheia

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois municípios do Amazonas, Humaitá, a 600 quilômetros de Manaus, e Manicoré, a 681, já sofrem com a cheia do rio Madeira. Segundo a Defesa Civil do Estado, algumas escolas nos dois municípios tiveram de fechar as portas por causa do nível alto do rio, deixando cerca de 2 mil crianças fora da sala de aula desde os últimos 15 dias. De acordo com o engenheiro hidrólogo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Daniel Oliveira, de todos os rios monitorados da Amazônia Ocidental, o Madeira é o mais preocupante. "Todos os outros estão subindo no esperado, mas o Madeira está muito rápido", disse. Segundo Oliveira, na última medição, dia 15, o rio estava com 25,55 metros, apenas 4 centímetros abaixo da cota de emergência, que é de 25,59 metros. A maior cheia do Madeira registrada desde o início da medição, em 1967, foi em 1997, quando o rio atingiu, em abril daquele ano, 27,26 metros. O CPRM, tradicionalmente, divulga apenas no fim de março seu primeiro alerta para a cheia do ano corrente, pelo menos 75 dias antes da data da cheia máxima dos rios, que é em junho. "Temos 70% de acerto, e podemos confirmar que, normalmente, depois de grandes secas, como a do ano passado, vêm enchentes sem grandes problemas". Escolas Em Humaitá, segundo o prefeito Roberto Rui Guerra, há duas semanas a população está vivendo em estado de alerta. "Aqui sofremos muito com ataques de jacarés e cobras e na época da cheia é pior", conta. Para garantir a segurança das crianças, tanto na ida e volta à escola nas canoas quanto ao brincarem no recreio em frente ao rio, 40 das 107 escolas da área rural foram fechadas há 15 dias. De acordo com o prefeito de Humaitá, 45 famílias ficaram sem suas casas, construídas na beira do rio. "A água cobriu algumas e outras estão com água pela janela, mas até agora está tudo sobre controle, os desabrigados já foram alojados", disse. "Os que têm casa flutuante estão com medo dos jacarés e cobras e buscam casas de parentes." A reportagem não conseguiu contato telefônico com a prefeitura de Manicoré, onde, segundo a Defesa Civil, há também alunos sem aula por causa da cheia no rio.

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