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Cheia no Acre já causa prejuízo de cerca de R$ 203 milhões, diz governo

Inundação atinge Estado desde fevereiro; única rodovia a ligar o Acre ao restante do País está interditada

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

O governo do Acre estima em R$ 203 milhões o prejuízo causado ao Estado pelas cheias que afetam os rios amazônicos desde o início de fevereiro. A Federação do Comércio do Estado acredita que os efeitos vão gerar impacto na economia nos próximos três anos. Em março, houve uma queda de 75% no imposto sobre circulação de mercadorias. Além dos prejuízos diretos com as enchentes, sobretudo no Rio Acre, o Estado sofre as consequências da interdição da BR-364, única ligação rodoviária com o restante do País.

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Com um longo trecho da rodovia sob as águas do Rio Madeira, o transporte de mercadorias para o Acre está parado há quase dois meses. As fortes correntezas dos rios espraiados dificultam também o transporte por via fluvial. A capital, Rio Branco, e a maioria das cidades do interior foram obrigadas a racionar alguns produtos, inclusive gás e combustível. O governo já decretou estado de emergência e tem importado gasolina do Peru, país vizinho. A perspectiva é de que a rodovia permaneça interditada por mais duas ou três semanas.

As cargas que seguiriam para o Acre estão retidas em Porto Velho, capital da Rondônia. Caminhoneiros e ajudantes que decidiram esperar a reabertura da BR "moram" na cabine das carretas há mais de 40 dias. Outros desistiram e retornaram para seus Estados. Na capital, o nível do Rio Madeira mantinha-se em 19,60 metros na manhã deste sábado, 5, e as águas demoram a baixar. Cerca de 25 mil pessoas foram atingidas pela enchente que já dura dois meses. A prefeitura montou um acampamento no Parque de Exposições da capital para centralizar o atendimento aos desabrigados.

No sul do Amazonas, nove cidades estão em estado de emergência e o município de Humaitá decretou estado de calamidade pública. Além do Madeira, os rios Guaporé, Juruá e Purus também saíram do leito e inundaram povoações e grandes áreas de floresta. De acordo com a Defesa Civil, cerca de 57 mil pessoas foram afetadas pela cheia dos riosamazônicos. A previsão é de que as águas permaneçam altas pelo menos até o final de abril.

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