Chiclete no museu não pode

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Por Redação
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Carta 19.369 Em um domingo quente de novembro, fui com minha mulher ao Museu da Língua Portuguesa, Estação da Luz. Na catraca de entrada pediram para eu cuspir o chiclete. Já visitamos muitos museus no Brasil e no mundo e sempre pudemos entrar chupando balas ou com garrafas d?água. Só proíbem sorvetes, lanches, pipoca e câmera fotográfica. Expliquei que sou diabético e sofro da síndrome de boca seca, mascando chiclete para manter a salivação, mas o funcionário foi irredutível, alegando que eu poderia danificar alguma obra em exposição, se resolvesse descartá-lo. Será que uma chave ou uma caneta não fariam a mesma coisa? D. Jane, da Administração, confirmou que a ordem é do diretor do museu. Recusei-me a acatá-la e devolvemos os ingressos. Visitamos a Pinacoteca e não ?danificamos? nenhuma obra. ALMIR REZENDE Santana O museu responde: "É norma do museu não permitir o acesso de pessoas portando bebida, comida, mochilas, sacolas ou mascando goma, como exposto na entrada do museu. Infelizmente, nosso visitante não cuidou de se inteirar das regras e forçou uma entrada em desacordo com as normas estabelecidas. A Pinacoteca do Estado também não permite a entrada de pessoas com goma de mascar, como, aliás, a maioria dos museus no Brasil e no exterior. Permitimos a livre circulação de pessoas que, por motivo de saúde, necessitem beber, comer ou mascar chicletes, como também permitimos que saiam e voltem quantas vezes se fizer necessário." ANTÔNIO CARLOS SARTINI Superintendente Carta 19.370 Filmagens no Centro Na manhã do domingo 30/9, pensei em desfrutar algumas horas de lazer no Theatro Municipal, mas tive de enfrentar um bloqueio que impedia a circulação de pedestres e veículos na região por causa de uma filmagem. O maestro Jamil Maluf, constrangido, pediu desculpas à platéia pelo incômodo, enquanto lia os termos do ato de permissão da filmagem. E não me digam que essa autorização teria o fim de ?promover a cidade?, porque substituíram os nomes em todas as placas das ruas adjacentes ao teatro. EDUARDO DOMINGOS BOTTALLO Higienópolis A Sub Sé responde: "Peço desculpas pelo transtorno. Nesse dia gravaram cenas do filme Blindness (sobre a obra de José Saramago). Todas as produções de filmes e peças publicitárias na região central passam por análise técnica e têm a autorização da Sub Sé. No termo de autorização constava que, após o uso, o local deveria estar em perfeitas condições de limpeza - o que ocorreu. A Prefeitura autoriza menos de 20% dos pedidos de locação na região. A divulgação da imagem do Centro em filmes e anúncios publicitários é importante, pois além de revelar a bela arquitetura da região estimula o turismo na cidade, o que se confirma observando a repercussão que essa gravação teve na mídia em todo o País." ANDREA MATARAZZO Secretário das Subprefeituras e subprefeito da Sé Carta 19.371 Nossos bens culturais É lamentável a falta de interesse de todas as esferas do governo em preservar os bens culturais do País. A casa do Barão de Paranapiacaba é um exemplo. Quantas casas históricas ficam à mercê de invasores e do abandono? Na Paulista restam dois ou três casarões da época dos barões do café. Na Europa a história é preservada: lá nunca descartaram a malha ferroviária, aqui o trem virou sucata. A Estação da Luz, símbolo da modernidade e da ferrovia, virou museu. O Condephaat deveria mapear os bens históricos que ainda restam para buscar uma política de preservação do nosso patrimônio. REGINA TELES Campos Elísios/SP O Condephaat responde: "Os 34 imóveis dos Campos Elísios estão em processo de tombamento pelo Condephaat. Nesse período, ficam proibidas intervenções que possam descaracterizar a área. Mas a conservação de um imóvel tombado não é responsabilidade só do Estado, e sim da sociedade. Há instrumentos legais que podem ser usados por todos cidadãos, como a Lei Rouanet ou o Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura, que, via mecanismos de renúncia fiscal, apóiam a conservação e restauração do patrimônio histórico. Quanto ao Museu da Língua Portuguesa, a experiência mundial ensina que a melhor forma de preservar o patrimônio é promover sua ocupação e utilização dinâmica. A Estação da Luz, antes subutilizada e deteriorada, foi recuperada, e hoje continua sendo um importante entroncamento ferroviário, além de abrigar o MLP." Correspondência para São Paulo Reclama: e-mails para spreclama.estado@grupoestado.com.br; cartas para Av. Eng.º Caetano Álvares, 55, 6.º, CEP 02598-900 ou fax 3856-2929, com nome, end., RG e tel., a/c de CECILIA THOMPSON, podendo ser resumidas a critério do jornal. Cartas sem esses dados não serão consideradas. As respostas não publicadas serão enviadas pelo correio.

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