Chuva volta a alagar e parar a cidade de São Paulo

Além dos alagamentos, cidade teve recorde de congestionamento: 183 quilômetros

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Por Agencia Estado
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A forte chuva da tarde desta sexta-feira causou recorde de congestionamento em São Paulo - 183 quilômetros às 19 horas - e deixou mais de 60 pessoas ilhadas em casas e carros. Houve 85 pontos de alagamento, 41 intransitáveis. O Aeroporto de Congonhas foi fechado três vezes e 63 dos 265 vôos (23,8%) tiveram atrasos. Foi a terceira chuva mais forte do ano, deixando vários bairros da capital sem energia elétrica. Um homem foi arrastado pelas águas para uma galeria pluvial e acabou salvo pelos bombeiros. Das 16 às 19 horas, houve precipitação média em toda a cidade de 39,9 milímetros, 25% da média histórica de todo o mês de março, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). Foi decretado estado de atenção em toda a capital, mas a chuva ficou concentrada nas zonas oeste e norte - Freguesia do Ó teve 96,5 mm de precipitação e a Lapa, 84,4 mm. A tempestade se deveu à chegada rápida de uma frente fria - que baixou a temperatura na cidade em 4 graus, por volta das 15 horas. Há risco de mais chuvas na tarde deste sábado, mas com intensidade menor. Em 7 de fevereiro, São Paulo registrou a maior chuva, com 46,5 mm. Rodízio suspenso Vários locais tiveram de ser interditados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), incluindo o Túnel do Anhangabaú, a Marginal do Tietê e a Avenida 23 de Maio. A CET suspendeu as multas do rodízio entre 17 e 20 horas. O pior trecho de lentidão estava na pista expressa da Marginal do Tietê, sentido Penha-Lapa, onde o engarrafamento era de 8,6 quilômetros, desde a Rua da Coroa até a Ponte do Piqueri. Ainda neste sentido da Marginal do Tietê, mas pela via local, a lentidão era de 8,6 quilômetros, desde o Viaduto Otto Baumgart até a Ponte do Piqueri. Passageiros do Metrô e da CPTM sofreram com atrasos. No Metrô, os trens passaram a circular com velocidade reduzida nas linhas 1 (Jabaquara-Tucuruvi), 2 (Chácara Klabin-Vila Madalena) e 3 (Corinthians/Itaquera-Palmeiras/Barra Funda). As Linhas A (Luz-Francisco Morato) e B (Júlio Prestes-Itapevi) da CPTM ficaram interrompidas até 16h09. Ninguém ficou ferido, mas uma casa desmoronou, na Vila Bonilha, zona norte, e uma árvore caiu sobre dois carros na Rua Ramos Batista, zona sul. Muros desabaram no Jardim Liderança, zona oeste, Vila Mangalot, Limão e Pirituba, zona norte. Parte de uma igreja caiu Rua Clara Nunes, no Jardim Eliza Maria, zona norte. Galerias defasadas Dos 30 principais pontos de alagamento da capital, pelo menos 20 ficam intransitáveis em dias de chuva, por causa de problemas nas galerias pluviais. No subsolo de São Paulo, há quase 3 mil quilômetros de tubos que conduzem a água da chuva para algum córrego ou rio. Muitos estão defasados - alguns foram instalados em 1910, outros são de 1940 e só alguns são de 1960. ?Em geral, uma galeria é feita para durar uns 50 anos, mas a cidade cresceu demais e muito rápido. O sistema de drenagem não acompanhou?, diz o coordenador de drenagem da Secretaria das Subprefeituras, Domingos Gonçalves. ?As grandes cidades do mundo inundam. São Paulo não é diferente. Parte da rede de drenagem está envelhecida e, para trocar é muito caro. Temos de conviver com isso?, diz Gonçalves. Alexssander Soares, Naiana Oscar, Daniel Gonzales e Amanda Rossi

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