Chuvas isolam Sete Quedas, no Mato Grosso do Sul

Produtores não têm como transportar mais de 800 mil sacas de soja; além das chuvas, Estado sofre com mais de 14 mil casos da epidemia de dengue

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Por Agencia Estado
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Moradores do Município de Sete Quedas, no Mato Grosso do Sul, estão isolados por causa das chuvas dos últimos dias, que derrubaram a ponte sobre o rio Iguatemi e outras pequenas pontes e aterros de estradas vicinais. Os fazendeiros da região, que estão colhendo a melhor safra dos últimos três anos, após um longo período de estiagem, agora não sabem o que fazer com mais de 800 mil sacas de soja por falta de condições de transporte. "A única saída é pelo Paraguai, mas não dá tempo de providenciar os papéis para exportar", afirma o produtor Sílvio Junqueira. Ele reclama da demora do governo do Estado em recuperar as estradas destruídas pela chuva. Só a família Junqueira, proprietária das fazendas Mocoin e Piraí, pode perder cerca de 100 mil sacas de soja. Os produtores da região contam com quatro cooperativas agrícolas com sítios para armazenar a produção, mas todas estão do outro lado do Rio Iguatemi. Dengue Sete Quedas é um dos municípios que não foram atingidos pela epidemia de dengue que tem se alastrado no Estado. Dentre as cidades mais afetadas, no Pantanal, o destaque fica com Aquidauana, com 930 casos registrados. Cidades como Coxim, com 624 casos; Miranda, com 250; Anastácio, com 360; e Jardim, com 272, também foram bastante afetadas. Fora do Pantanal, Três Lagoas tem 204 casos e Rio Verde de Mato Grosso, registra 188 casos da doença. A epidemia impressionou o ministro da Saúde, Agenor Alvarez, que considerou a situação como "gravíssima". Até quinta-feira, 14.349 casos foram registrados. "Em nenhuma outra Unidade da Federação foram registrados tantos casos", afirmou. O ministro evitou falar sobre a responsabilidade do governo e das prefeituras no controle do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti. Ressaltou que "é muito fácil achar que a sociedade tem uma parcela grande de culpa. Tem sim! Mas a nossa responsabilidade é bem maior". Disse que os recursos "estão aí" e não prometeu verbas extras para combater a epidemia. Segundo ele, Mato Grosso do Sul recebeu R$ 10,9 milhões para o combate à dengue e a Capital, R$ 4,9 milhões, usados em ações de prevenção. "Todos os meses são enviados recursos automaticamente para os municípios". Durante janeiro de 2007, a União enviou 14 motos, 19 veículos para auxiliar nas ações e mais recentemente, mais dez camionetas fumacê. Para a médica coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospital da Santa Casa de Campo Grande, Hydée Marina do Valle, alguém falhou na prevenção da doença e o resultado é uma situação de epidemia. "Não existe veneno para combater o vírus da dengue. O combate é contra o mosquito, cujos ovos podem durar um ano em local seco, aguardando o momento pra receber água suficiente para a eclosão, em pneus velhos, vasos de plantas e outros recipientes".

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