Cidade Baixa de Salvador teme a desapropriação

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Por Tiago Décimo
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Há quatro meses, os moradores da Cidade Baixa de Salvador, região compreendida entre o mar da Baía de Todos os Santos e o platô que abriga o Centro Histórico da cidade, andam apreensivos com a indefinição sobre o futuro. Desde março, eles sabem que podem ter de deixar os imóveis, por causa de um decreto, assinado pelo prefeito João Henrique Carneiro (PMDB), que considera uma área de 324 mil m² "de utilidade pública para fins de desapropriação". A alegação da prefeitura é de que naquele espaço - de 4 km entre a Avenida Luiz Tarquínio e o Largo da Calçada - serão feitas melhorias estruturais e urbanísticas. Os investimentos são de R$ 300 milhões. O projeto final, com a definição de quais imóveis serão, de fato, desapropriados, tem apresentação prevista para outubro. Estudos prévios, feitos desde 2006, identificaram 251 imóveis, na maioria dos casos galpões, que estão inutilizados ou subutilizados, mas comenta-se que o número total de desapropriações possa chegar a 600. A prefeitura tem projeto semelhante para a orla atlântica. Nessa região, a área "de utilidade pública" é ainda maior, de cerca de 500 mil m², mas os imóveis a sofrer desapropriação estão espalhados pelos 51 km do trecho entre a Barra e a Praia do Flamengo. Esse projeto, porém, sofre pouca rejeição: praticamente todos os imóveis envolvidos estão abandonados e devem dar lugar a parques, equipamentos de lazer e quadras.

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