Cidade da Música não tem licença para abrir hoje

Bombeiros embargam inauguração; nova vistoria será feita pela manhã

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Por Marcia Vieira
Atualização:

A Cidade da Música, complexo cultural na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, continua provocando polêmica. Ontem, véspera da inauguração marcada para hoje às 21horas, o Departamento de Diversões Públicas do Corpo de Bombeiros, subordinado ao governo do Estado, não deu licença para o funcionamento. Depois da vistoria feita ontem, o coronel Roni de Azevedo Lima decidiu embargar a abertura. "Falta tudo. O sistema preventivo de incêndio não tem canalização pronta para mangueiras e bombas de água. As saídas de emergência também não estão sinalizadas. Existem várias irregularidades, não há segurança para o público", garantiu. "Se a prefeitura insistir, nós vamos interditar o local." A prefeitura foi pega de surpresa. No fim da tarde, quando o Corpo de Bombeiros já havia decidido não liberar a inauguração, o secretário de Cultura, Ricardo Macieira, garantia que estava tudo certo. Nova inspeção será feita hoje às 10 horas. Durante toda a noite os funcionários vão trabalhar em regime de urgência para instalar os equipamentos exigidos pelos bombeiros. O coronel Roni não estava otimista. "Seria necessário uma semana para resolver os problemas." O coronel João Carlos Mariano, da Defesa Civil do Município, admitiu que houve falhas no cumprimento do Código de Segurança contra Incêndio. "Esses detalhes serão atendidos pela Secretaria de Obras. E na inauguração tudo vai estar funcionando." A Cidade da Música é a obra mais polêmica do prefeito Cesar Maia, que entrega o cargo no dia 1º de janeiro para Eduardo Paes. Foram gastos R$ 518 milhões dos cofres públicos na construção. A obra foi criticada pela maioria dos candidatos à sucessão de Maia. Só de custos fixos, o complexo consumirá R$ 1 milhão por mês. O complexo é grandioso em todos os sentidos. Ocupa uma área de 95 mil m² na Barra da Tijuca. Tem 87 mil metros quadrados de área construída. A nova sede da OSB, orquestra patrocinada pela prefeitura do Rio, será o maior hall sinfônico da América Latina. O projeto arquitetônico é do francês Christian de Portzamparc, autor da Cité de la Musique, em Paris.

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