Cidades do RJ ficam sem água por vazamento de lama em MG

Chuva em Minas Gerais piorou a situação das cidades atingidas pela lama

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Por Agencia Estado
Atualização:

Três cidades do norte do Rio de Janeiro tiveram o abastecimento de água cortado, nesta quinta-feira, em razão do vazamento de lama provocado pelo rompimento de uma barragem da empresa Mineração Rio-Pomba Cataguases na cidade de Miraí, em Minas Gerais, na divisa com o Estado. Uma avaliação preliminar de técnicos do Sistema Estadual de Meio Ambiente de Minas avaliou que a lama, proveniente da lavagem de bauxita e de minério de ferro, não contém material tóxico. A quantidade estimada de lama que vazou foi de ao menos 2 bilhões de litros, segundo a análise. De acordo com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio (Cedae), os municípios de Laje do Muriaé, Itaperuna e São José de Ubá passaram a ser abastecidos por meio de carros-pipa da própria empresa e outros solicitados ao governo de Minas. O corte no abastecimento foi preventivo, uma vez que a expectativa é que a lama que vazou para o rio Muriaé, em Minas, atinja ainda nesta quinta-feira o rio Paraíba do Sul, que abastece as cidades do norte fluminense. A população nesses três municípios chega a aproximadamente 90 mil pessoas. Segundo o secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, o volume do vazamento pode ser maior do que a estimativa inicial. "A primeira estimativa era de 1 bilhão de litros e a segunda é de 2 bilhões de litros (de lama), mas pelas informações que temos todo o volume da represa vazou", afirmou Minc, acrescentando que essa quantidade pode chegar a até 10 bilhões de litros. Este é o segundo vazamento provocado em dez meses pela empresa, que foi interditada na segunda-feira em razão do segundo acidente ambiental. Em março de 2006, houve outro vazamento de 400 milhões de litros de lama. Punição O governo de Minas informou, por meio de sua assessoria, que a empresa será multada devido aos danos ambientais causados pelo vazamento e que o valor deve ser determinado até sexta-feira, podendo chegar a R$ 50 milhões. "Os nossos esforços são no sentido de controlar o vazamento e adoção de providências cabíveis na área criminal para responsabilizar os empreendedores, além das medidas de reparação do dano ambiental causado e indenização de terceiros", afirmou o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas, José Carlos de Carvalho, em nota divulgada no site da secretaria.

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