Cidades têm até cerca elétrica para evitar ataques

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Por Elder Ogliari , JÚLIO CASTRO e NELSON FRANCISCO
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O furto de cabos de cobre é um problema recorrente em outros Estados. Na Grande Florianópolis, o prejuízo anual com a reposição de fios de cobre furtados chega a R$ 300 mil. Só com os roubos de cabos condutores de energia que alimentam a ilha, a estatal Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) já contabilizou mais de R$ 1 milhão de prejuízo nos últimos anos. "É o que chamamos de uma miniindústria do roubo, que tem a participação de vândalos e receptadores de difícil identificação", diz o chefe da agência regional da Celesc para a Grande Florianópolis, Gilberto Passos Aguiar. Para evitar o prejuízo, a Celesc instalou sob a Ponte Colombo Salles - uma das que ligam a ilha ao continente - uma cerca elétrica suficiente para provocar um grande choque - sem risco de matar. "Aproveitamos para instalar câmeras de monitoramento no local." No Rio Grande do Sul, o furto de cabos de cobre é a ocorrência que mais dá trabalho à Delegacia de Polícia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio das Concessionárias e dos Serviços Delegados. Os furtos não causam prejuízos só às empresas, mas a toda a população. Nos últimos anos, os usuários do trem que liga Porto Alegre a São Leopoldo, na região metropolitana, tiveram de conviver com atrasos por causa da reposição dos cabos. A solução encontrada pela empresa de trens Trensurb foi colocar uma cerca de aço galvanizado enrolado em espiral sobre os muros que separam os trilhos da avenida. A iniciativa deu resultado. Os prejuízos em toda a linha caíram de R$ 240 mil em 2007 para R$ 24 mil no primeiro semestre deste ano. A Polícia Civil de Mato Grosso registrou nos últimos seis meses dezenas de ocorrências de furtos desse tipo. No mês passado, foram apreendidos em Cuiabá 300 quilos de cobre em cabos e fios telefônicos que estavam com o comerciante Bruno Mangravatti, de 27 anos. O material, que vai parar em ferros-velhos, é revendido a fabricantes de panelas que derretem o metal. As empresas mais prejudicadas são a Brasil Telecom e a distribuidora de energia Rede Cemat. A Cemat registra desde 2001 furtos de cabos de cobre de instalações elétricas. De 2001 a 2007, foram 409 ocorrências, com o desaparecimento de 79,8 mil metros de cabos. O prejuízo pela reposição foi de R$ 257,7 mil, informou a Assessoria de Imprensa da empresa. A Brasil Telecom informou que, de janeiro a agosto, registrou 69 boletins de ocorrência pelo furto de 8.967 metros de cabos telefônicos no Estado. No ano passado, a empresa e a Polícia Civil desencadearam a Operação Sucata, quando foram apreendidas 5,3 toneladas de fios de cobre. Sete pessoas foram indiciadas por receptação.

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