PUBLICIDADE

Cientista político vê com cautela vantagem de Lula em pesquisa

Professor e cientista político da UFMG, Fábio Wanderley Reis se surpreende principalmente com o baixo índice de intenção de voto para Alckmin entre os eleitores de maior nível de escolaridade

Por Agencia Estado
Atualização:

O professor e cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fábio Wanderley Reis, acredita que é necessário analisar com cautela os dados divulgados nesta terça-feira, 08, pela pesquisa CNT/Sensus. "O dado que me chamou mais atenção e que se choca com os resultados que os outros institutos de pesquisa (tais como Ibope e DataFolha) estão divulgando é a forte vantagem de Lula (presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva) sobre os adversários neste pleito, sobretudo Alckmin (o candidato da coligação PSDB-PFL, Geraldo Alckmin), entre os eleitores de nível superior. Desde a eclosão dos escândalos do mensalão, o presidente vem perdendo a preferência junto ao eleitorado de alta escolaridade", destacou. Apesar da análise, o cientista político é crítico com relação à performance que o candidato da coligação PSDB-PFL vem demonstrando até o momento. "O fato é que Alckmin ainda não decolou nesta campanha presidencial. Mesmo nas pesquisas que lhe são mais favoráveis, o segundo turno ainda não é uma realidade, mas apenas uma tendência", reiterou. Na sua avaliação, o tucano vai depender muito do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão para reverter o quadro e levar o pleito para o segundo turno. "Mesmo assim, os efeitos do horário eleitoral são uma incógnita junto ao eleitorado no atual cenário." Para o professor, não se pode bater (nesses programas) muito nos desvios éticos da classe política porque isso acaba atingindo todos. E complementa: "Além disso, ele (Alckmin) tem a desvantagem dos novos ataques do PCC em São Paulo." A respeito da candidata do PSOL, senadora Heloisa Helena (AL), o professor disse que a pesquisa CNT/Sensus está coerente com os dados que vêm sendo divulgados pelos outros institutos. "Apesar da boa performance dela, não acredito que ela possa ser classificada como um fenômeno eleitoral. Ela criou uma imagem positiva durante as CPIs, tem mantido uma boa exposição na televisão, mas não penso que ela vá se transformar num fenômeno nessas eleições." Fábio Wanderley disse, ainda, que é preciso esperar o resultado de outros institutos para ver se a tendência mostrada pela pesquisa CNT/Sensus vai se confirmar.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.