PUBLICIDADE

Ciro diz temer reação popular a "prática golpista"

O ex-ministro defende que Lula tome a iniciativa de chamar os tucanos para uma conversa, caso seja reeleito

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PSB) afirmou que está preocupado com a possível realização de segundo turno entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin. "Estou preocupado com o Brasil hoje. Porque, se a população brasileira mais pobre sentir que, ainda que por dentro das instituições, uma prática golpista tirou a possibilidade do Lula se reeleger, eu temo realmente pelo dia seguinte que o Brasil vai viver", disse Ciro. Candidato a deputado federal pelo Ceará, Ciro disse ter a expectativa de ser o deputado mais votado do Estado. O ex-ministro disse também que, na sua avaliação, a disputa em um eventual segundo turno nas eleições presidenciais será muito acirrada: "O segundo turno é duro, embora o Lula seja favorito. É uma lógica: reeleição com segundo turno é complicada." Ele afirmou que a disputa presidencial, na reta final, foi "artificializada", uma vez que houve exploração da ausência de Lula no debate da TV Globo e exibição das imagens dos reais e dólares que seriam usados por petistas para a compra de um dossiê contra candidatos do PSDB. "O que se fez nessa reta final? Editorialização facciosa desses episódios, cuja responsabilidade necessariamente mais grave está em militantes do PT. Não estou dourando a pílula aqui para ninguém, não. Quem foi mais gravemente irresponsável foi quem entrou nessa armação. Foi quem deu argumento para essa armação que já estava em curso no País há um ano e meio", afirmou o ex-ministro, chamando de "aprendizes de mafiosos" os petistas que tentaram comprar o dossiê. Ciro argumentou ainda que, na campanha presidencial, não está havendo debate e discussão sobre questões relevantes para o País, como economia, taxa de juros, políticas sociais e segurança pública. "Nós, eleitores do Lula, estamos machucados. Tomamos uma seqüência de golpes, estocadas oportunistas, rasteiras, mistificadoras", afirmou. O ex-ministro criticou ainda a hegemonia dos paulistas dentro do PT e do PSDB. Defendeu também que Lula tome a iniciativa de chamar os tucanos para uma conversa, caso seja reeleito. "Se o Lula ganha, ele aprendeu. Mas ele tem de tomar a iniciativa de pacificar o País, fazendo o que for necessário. Cortar na carne. Chamar o PSDB nacional para fazer uma conversa honesta", disse o ex-ministro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.