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Cirurgião de Goiânia responde a seis ações na Justiça

Por Agencia Estado
Atualização:

O cirurgião plástico Denísio Marcelo Caron foi acusado, ontem, de ser o responsável pela morte de Adcélia Martins de Souza, no Distrito Federal. Ela internou-se na última terça-feira num hospital particular de Taquatinga, cidade-satélite, para fazer uma lipoaspiração e colocar prótese de silicone nos seios. O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) atesta que a paciente sofreu perfurações que lhe causaram hemorragia interna. O cirurgião plástico tem um prontuário enorme e estava proibido de exercer a profissão. Ele é acusado da morte de três outras mulheres em Goiânia, de ter causado seqüelas em várias outras e ainda responde a seis processos na Justiça de Goiás. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional de Goiás - (SBCP-GO), que apura a morte de uma de suas pacientes, Flávia Oliveira Rosa morta no dia 12 de março de 2001, e o Ministério Público (MP) de Goiás, investigam o trabalho do médico. No momento, o MP prepara documentação para mover ação cautelar na Justiça. No Conselho Regional de Medicina (CRM-GO), há 35 sindicâncias em andamento e sete processos já instaurados. As denúncias contra o cirurgião começaram a ser feitas à Justiça em outubro de 2000, por pacientes que afirmam ter ficado com seqüelas de cirurgias plásticas e de lipoaspirações. Em março de 2001, a SBCP-GO divulgou nota informando que estava apurando a morte de Flávia, na mesma ocasião em que o CRM-GO instaurou sindicâncias para apurar denúncias contra o médico. Também em março do ano passado, Caron comprometeu-se com o MP em afastar-se dos consultórios até o fim das investigaões. A decisão do médico foi amplamente divulgada pela imprensa. Em outubro de 2001, o CRM instaurou cinco processos ético-profissionais contra o cirurgião para apurar sua responsabilidade nos procedimentos em que havia indícios de imperícia e imprudência. Caron informou ao Hospital Anchieta, ao pedir ao centro cirúrgico para fazer cirurgias plásticas, que tinha registro no CRM de Goiás. O diretor administrativo do hospital, Eduardo Bermudez, disse que o hospital não tinha conhecimento dos processos que corriam contra Caron, muito menos do termo de compromisso que ele havia assumido com o MP. Os processos que correm no CRM estão em fase de instrução - coleta de provas. A história de Caron em Goiás começou em março de 2000, quando Vera Lúcia Teodoro morreu 24 horas depois de submeter-se a uma cirurgia de lipoaspiração no abdome e plástica nos seios. Em janeiro de 2001, a advogada e concunhada do médico, Janet Virgínia Novaes, morreu nove dias depois de fazer uma lipoescultura com Caron. A família da mulher disse que ela teve seu intestino perfurado em seis pontos. Em 12 de março de 2001, Flávia de Oliveira Rosa morreu cinco dias após ter se submetido a uma lipoaspiraçao com o cirurgião.

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