Clima esquenta no debate entre presidenciáveis

Alckmin estava preparado com perguntas afiadas e agressivas sobre ética e Lula demonstrou irritação e desconforto para respondê-las

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Por Agencia Estado
Atualização:

O clima é quente no debate entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, e o candidato Geraldo Alckmin, do PSDB, no debate promovido pela TV Bandeirantes neste domingo. O tucano atacou e o petista se defendeu durante todo o primeiro bloco, quando o assunto principal foi o dossiê Vedoin - que seria comprado por petistas para incriminar tucanos envolvidos na compra de ambulâncias superfaturadas. Alckmin estava preparado com perguntas afiadas e agressivas sobre ética e Lula demonstrou irritação e desconforto para respondê-las. Enquanto era questionado, as câmeras mostravam sua reação, o que comprovava que o petista estava realmente incomodado com os questionamentos. Nas respostas, uma diferença crucial entre os candidatos: Alckmin olhava para as câmeras, falando diretamente com os telespectadores. Já Lula olhava o tempo todo para o candidato tucano. O clima esquentou no segundo bloco, Alckmin disse que Lula precisava ler suas perguntas e respostas e, ao ser atacado por Lula, dizia: "Quem escreveu aí, escreveu errado". O petista se defendeu dizendo: "Não tem problema ler, não fiquei decorando, não fiz curso de psicodrama". A leitura de perguntas e respostas, destacada por Alckmin, incomodou Lula em várias ocasiões. Algumas vezes disse que fazia questão de ler para apontar os erros do tucanos. Alckmin disse várias vezes: "quem escreveu aí escreveu errado". O primeiro direito de resposta foi pedido no segundo bloco. Lula reclamou que foi chamado de mentiroso. Alckmin ameaçou pedir também. O direito de resposta não foi autorizado pela produção do programa e a intenção de Alckmin ficou por isso mesmo. Lula demonstrou irritação, principalmente quando Alckmin questionou o uso do cartão corporativo. "Não seja leviano, Alckmin, não seja leviano", disse Lula. O tucano também se alterou e respondeu alto e fora do microfone: "Respeito!, Respeito!" Crédito O tucano questionou se Lula permitiria a quebra do sigilo do cartão corporativo de seu gabinete. Lula, visivelmente irritado, reagiu: "Não seja leviano. Vá com cuidado. Tem gente inteligente assistindo esse debate. Essa bravata sua não vai convencer ninguém". Lula disse, ainda, que o cartão corporativo para gastos do governo foi criado por Fernando Henrique Cardoso e aproveitou para destacar a ausência do ex-presidente na platéia: "Não trouxeram ele aqui por quê? Foi por vergonha?" Ao responder sobre os gastos de seu governo, Lula destacou a concessão de crédito e o investimento no setor social como pontos fortes do seu mandato. "O governo investe naquilo que acha que vai mudar a vida das pessoas." O petista destacou o aumento de investimento em políticas sociais, que, segundo ele, saltaram de R$ 7 bilhões para R$ 32 bilhões nos últimos três anos. Em contraposição, Alckmin apresentou dados sobre gastos de Lula com viagens, que, segundo ele, foram de R$ 700 milhões, e com o fortalecimento do Exército, que disse ter sido de R$ 700 mil. "Isso é um desperdício completo. É ineficiência e corrupção".

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