Clonados celulares rurais para contatar presidiários

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Por Agencia Estado
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Celulares habilitados na zona rural de municípios da região de Sorocaba, a 92 quilômetros de São Paulo, estão sendo clonados e usados provavelmente para a comunicação com presidiários. Pelo menos 16 vítimas procuraram a Polícia Civil nas últimas semanas para denunciar o golpe. Destas, 13 são do município de Pilar do Sul, 2 de Salto de Pirapora e 1 de São Miguel Arcanjo. Nas contas, apareceram centenas de ligações que elas nunca fizeram para cidades da Grande São Paulo, Baixada Santista e interior do Estado. A polícia observou que as chamadas são feitas invariavelmente para outros telefones celulares e as áreas de destino são cidades que abrigam penitenciárias. Segundo a delegada de Pilar do Sul, Elisabete Molina, um agricultor recebeu uma conta de R$ 8,3 mil. Na maioria dos casos, as contas variam entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, muito acima do que os assinantes pagam normalmente. Num dos casos, foram feitos 60 telefonemas em um único dia. O proprietário desse celular raramente fazia ligações. A polícia pediu ajuda à empresa Telefonica para descobrir como o golpe está sendo aplicado. Algumas vítimas lembraram terem sido contatadas por um suposto funcionário da operadora a pretexto de reprogramar o aparelho. A delegada vai pedir à Justiça quebra do sigilo telefônico. No fim do ano passado, em Sorocaba, mais de 200 telefones fixos foram reprogramados para comunicação com presídios do Rio de Janeiro. Os golpistas usavam ameaças ou se faziam passar por funcionários da operadora para obrigar os donos da linha a digitar um código que transferia automaticamente as chamadas para outro telefone. Além de impossibilitar a identificação do autor da ligação, a vítima do golpe arcava com a conta.

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