CNJ interrompe julgamento de presidente do TRE-RJ

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Por MARIÂNGELA GALLUCCI e BRASÍLIA
Atualização:

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) começou a decidir ontem se o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio, Luiz Zveiter, agiu com parcialidade ao supostamente defender os interesses da incorporadora Cyrela, cujos advogados são um filho e um irmão dele. Três dos 15 integrantes do CNJ votaram a favor da abertura de um processo administrativo contra Zveiter. O julgamento, no entanto, foi interrompido por um pedido de vista do conselheiro Tourinho Neto. A origem do caso é uma disputa judicial pela propriedade de uma área na Barra da Tijuca, na zona sul do Rio. Ao ser ouvido a respeito de uma decisão sobre o caso, tomada pelo Conselho Superior da Magistratura - órgão presidido por ele na ocasião -, Zveiter teria produzido uma peça alentada e favorável aos interesses da empresa, conforme a acusação. Durante o julgamento de ontem, a relatora, Eliana Calmon, destacou a existência de vínculos entre a Cyrela e o escritório de advocacia da família Zveiter. Advogado de uma outra empresa que disputa o terreno, José Eduardo Alckmin afirmou que o caso envolve uma das áreas mais valorizadas no Rio em relação à qual há vários projetos, inclusive de obras para a Olimpíada de 2016. Advogado de Zveiter, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos pediu que o processo não seja aberto. Segundo ele, o assunto envolve disputa de terras e deve ser decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e não pelo CNJ.

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