Com 315 kg, acusada de tráfico cumpre prisão domiciliar

Há dificuldade para levá-la a uma cadeia por conta do peso; mesmo sem sair da cama, ela liderava o tráfico

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Por Evandro Fadel
Atualização:

Acusada de tráfico de drogas, Cassiana Alves, de 27 anos, é mantida em prisão domiciliar em Santo Antônio da Platina, a cerca de 360 km de Curitiba, no norte do Paraná. O motivo da prisão domiciliar: a dificuldade de levá-la a uma cadeia. Ela pesa 315 quilos e tem um tumor na perna direita, o que obriga a ficar deitada em uma cama. Segundo a polícia, mesmo com a impossibilidade de locomoção ela era responsável pela distribuição de cerca de 200 gramas de crack e cocaína por semana na cidade.   Cassiana foi presa no dia 18 de setembro, em uma operação que levou outras 18 pessoas de oito cidades paranaenses para a prisão. "Foi desmontada toda a cadeia criminosa dessa quadrilha", disse o delegado da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), em Londrina, Michael Araújo. Pelas investigações, a droga era levada de Foz do Iguaçu para Cambé, vizinha a Londrina, para uma pessoa que distribuía para outras cidades.   Para Santo Antônio da Platina era enviada por meio de um mototaxista. Lá, Cassiana utilizava dois adolescentes para levar a droga aos clientes. Segundo o delegado, no dia da operação foi percebida a dificuldade de se cumprir a prisão preventiva dela. Por isso, acabou convertida em prisão domiciliar. Ela mora com a mãe, irmãs e sobrinhos. Na terça-feira, ele precisou se deslocar até a casa de Cassiana para ouvi-la no inquérito.   "Ela confirmou que recebia a droga e distribuía na cidade", acentuou Araújo. Segundo ele, Cassiana justificou que fazia aquilo para garantir o tratamento de saúde. Semanalmente, oficiais de justiça vão à casa para analisar a situação e conferir como tem sido o comportamento da presa. Os relatórios são enviados para a Justiça em Cambé, que pode, caso perceba qualquer irregularidade, determinar o encaminhamento para algum estabelecimento prisional.

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