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Com apoio da OAB, grupo protesta contra mortes de PMs

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 100 pessoas participaram neste domingo de uma passeata na orla de Copacabana, na zona sul, para protestar contra o grande número de policiais militares mortos em serviço no País. Segundo o presidente da Associação dos Militares Auxiliares e Especialistas do Rio de Janeiro (Amaerj), tenente Melquisedec do Nascimento, neste ano foram registrados 400 mortes em todo o Brasil, sendo 121 apenas no Estado do Rio. "É uma situação absurda. Na Colômbia, onde o narcotráfico é um problema sério, ocorreram menos de 100 mortes. Queremos a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar isso. Já fomos ao Congresso duas vezes, mas até agora eles não ouviram o nosso apelo", disse o tenente. Ele explicou que os números que apresenta são superiores aos oficiais porque ele também contabiliza as mortes ocorridas quando o PM está de folga, mas foi atacado por ter sido identificado como policial. "Isso é muito freqüente. Embora não esteja de serviço, ele acaba morto pelo simples fato de ser policial." No Rio, os dados oficiais registram, até agora, o assassinato de 53 Pms. Ação civil Presente à passeata, o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wanderley Rebelo ressaltou que, além de apoiar a abertura da CPI, o órgão entrou há duas semanas com uma ação civil pública para exigir que os PMs que processados por atos de serviço aguardem julgamento em um estabelecimento militar. "Eles estão sendo levados para a Casa de Custódia de Benfica, onde estão os bandidos que eles ajudam a prender. Não faz sentido", disse, descrevendo como inaceitável o número de PMs mortos no Brasil. "Do jeito que está, vamos precisar de uma polícia para proteger a polícia". Em treinamento Na quinta-feira, o sargento PM Carlos Idemar Morales Melo, de 34 anos, morreu após ser baleado com um tiro no peito durante treinamento do Batalhão de Operações Especiais (Bope), na unidade de aperfeiçoamento de praças, em Sulacap (zona norte). O instrutor que teria feito o disparo acidental está em prisão administrativa. Em entrevista ao jornal Correio da Serra, a viúva de Melo, Maria Aparecida, criticou o fato de os policiais não usarem coletes à prova de balas durante o treinamento.

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