Com câmera inoperante, hospital é roubado em SP

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Por Josmar Jozino e Fernanda Aranda
Atualização:

Por causa de um equipamento queimado do circuito interno de TV, um bando formado por 15 assaltantes fugiu sem ser identificado após invadir e roubar R$ 52 mil em remédios de alto custo e de uso específico do Hospital Geral do Grajaú, na zona sul de São Paulo. O crime ocorreu às 2h45 de ontem. Os ladrões mantiveram reféns um vigilante, um porteiro, uma auxiliar de enfermagem, outra de limpeza e um auxiliar de farmácia. Segundo a Polícia Civil, as vítimas não foram agredidas. Os criminosos chegaram ao hospital estadual em uma Kombi branca e em um Monza cinza. Parte do bando desceu e rendeu um vigilante. Em seguida, os assaltantes dominaram o porteiro. Um dos ladrões abriu o portão para a entrada dos carros. Minutos depois, as duas funcionárias foram feitas reféns. Outro criminoso foi à sala onde ficam os medicamentos e anunciou o assalto ao auxiliar de farmácia. Os cinco reféns foram colocados na guarita. Os assaltantes recolheram diversas caixas de remédios e fugiram. O roubo foi registrado no 101º DP (Jardim das Imbuías) pelo delegado Paulo César Costa. Segundo o policial, as placas dos veículos não foram anotadas. Um segurança informou que a câmera do circuito interno de TV "estava inoperante há alguns dias porque a CPU que controla o equipamento queimou". O delegado apurou que o auxiliar de farmácia foi rendido por oito homens encapuzados. De uso controlado, os remédios roubados são Clexane 40, Estreptoquinase, Emama e Meropenem, usados para tratamento de trombose pulmonar e cardíaca, enfarte e ainda por doentes submetidos a hemodiálise. Se usados de maneira incorreta, podem causar efeitos colaterais, como convulsão. O preço mínimo de cada caixa é R$ 20 e o máximo, R$ 90. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, até as 19 horas de ontem nenhum assaltante havia sido preso. Além dos remédios, os criminosos levaram duas CPUs, dois celulares de funcionários e um rádio comunicador da empresa da limpeza. ROUBO DE CARGA Alvo preferencial das quadrilhas especializadas, os medicamentos ocuparam lugar de destaque no ranking de cargas roubadas em São Paulo no ano passado. A cada três dias, quatro ocorrências foram registradas, como mostra o balanço Sindicato das Empresas de Transporte de Carga (Setcesp). Os roubos injetaram no mercado do crime R$ 16,9 milhões, só entre janeiro e setembro. O Setcesp, com base em informações de delegacias do Estado, traçou o número de roubos de carga e identificou que o transporte de remédios responde pelo 4º lugar em prejuízo por atender dois quesitos importantes para a "logística criminal": menos espaço para transporte e mais valor na venda. Além das cargas, farmácias de hospitais de grande porte, como o do Grajaú, também acabam visadas. No dia 16 de junho de 2008, ladrões escavaram um túnel no Hospital do Servidor Estadual, na zona oeste, e levaram medicamentos antiaids. Em novembro de 2007, homens saquearam 1 milhão de remédios do Hospital Emílio Ribas, também na zona oeste.

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