
18 de fevereiro de 2012 | 12h50
Uma multidão lotou, nese sábado, a Avenida Rio Branco, no centro do Rio, para seguir o Cordão da Bola Preta. O tradicional bloco carioca foi um dos primeiros a desfilar no sábado de Carnaval. Com fantasias inusitadas, os foliões começaram a se aglomerar antes das 9h, colorindo o centro financeiro da capital fluminense. A expectativa dos organizadores era reunir mais de dois milhões de pessoas.
Embalados por marchinhas e outras canções clássicas de carnaval, cariocas e turistas seguiram o carro de som ao longo da avenida. O cabeleireiro Mauro Ricardo Nunes, de 45 anos, e quatro amigos chamavam a atenção com a fantasia de "vacas bailarinas".
"A ideia surgiu no último carnaval e já virou uma tradição. Convenci meus amigos a vestir também", conta, acrescentando que foram eles mesmos que confeccionaram os adereços. Vestida de vaqueira, a bióloga Luciana Fonseca, 41, acompanhava o grupo com um laço na mão. "Vim para laçá-las", diverte-se.
A estudante Carine Satravaka, 19, esperava pelos amigos em uma das esquinas da Rio Branco. "Estou a uma hora esperando meus amigos", disse a carioca, fantasiada de joaninha, relatando a dificuldade de encontrar a turma por causa da multidão concentrada na região. Sem perder a empolgação, ela contou que iniciou uma maratona pelos blocos do Rio em janeiro e que só deve terminar no fim do Carnaval. "Aprendi a gostar de carnaval desde pequena", afirma.
Bancos e lojas localizados ao longo do trajeto do bloco protegeram suas fachadas com tapumes de madeira às vésperas do desfile, temendo que tumultos pudessem acabar causando danos a suas estruturas ou que foliões fizessem xixi nas suas portas. Com receio de serem presos por sujar a cidade, muitos foliões preferiram enfrentar filas para usar os banheiros químicos. Alguns, porém, se arriscaram.
Na altura da Rua Sete de Setembro, a música parou por alguns minutos por causa de uma confusão entre um grupo de foliões. Depois que policiais entraram em ação para conter a briga, o bloco seguiu em frente.
Também pela manhã, o bloco Céu na Terra foi às ruas de Santa Teresa, na região central. Foliões aproveitaram a festa para lamentar a desativação do bonde que é símbolo do bairro, parado desde agosto do ano passado, quando um acidente matou seis pessoas.
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