Com greve de policiais militares, Recife vive dia de pânico

Lojas, supermercados, escritórios, órgãos públicos e faculdades suspenderam suas atividades; movimentação parou a partir das 15 horas

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Por Angela Lacerda
Atualização:

RECIFE - O medo causado pela greve dos policiais e bombeiros militares, iniciada nesta terça-feira, 13, fez com que a movimentação de pessoas em Recife e na região metropolitana parasse nesta quinta. Ocorrência de assaltos e arrastões rapidamente compartilhados nas redes sociais criaram um clima de pânico que chegou ao auge no início desta tarde.

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Lojas, supermercados, escritórios, órgãos públicos e faculdades suspenderam suas atividades e a movimentação que ainda se via até as 15 horas, no centro da capital, era somente de pessoas tentando pegar ônibus ou táxi para retornar para suas casas.

Na praça do Derby, área central da cidade, houve tiros para dissolver uma tentativa de assalto na praça do Derby. Grupos com facão e pedaços de pau fizeram arrastões na avenida Conselheiro Aguiar, no bairro do Pina, na zona sul. Pedestres também foram assaltados no bairro da Ilha do Leite e um carro foi incendiado em frente a uma churrascaria em Boa Viagem. Também houve arrastão em um hipermercado da zona norte da capital.

O clima de insegurança se disseminou a partir de saques ocorridos na noite de quarta no município de Abreu e Lima, onde lojas foram arrombadas e as pessoas carregavam geladeiras, fogões, televisores, computadores. Na manhã desta quinta-feira, mercados de bairros em Abreu e Lima também foram alvo de vândalos que levavam as mercadorias roubadas em carrinhos de mão.

Força Nacional. Homens da Força Nacional de Segurança chegaram nesta quinta-feira ao Recife para reforçar a segurança. O general do Exército, José Carlos de Nardi, ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas, foi anunciado para comandar a operação de segurança no Estado.

Nesta quinta, os grevistas realizaram uma passeata pelo centro de Recife. Em cima de um carro de som, acompanhados por cerca mil profissionais, segundo estimativa dos próprios trabalhadores, os manifestantes fizeram buzinaços e apitaços e se revezaram ao microfone, expondo a situação do policial militar e criticando a gestão do ex-governador Eduardo Campos (PSB). "Esta crise foi criada no governo Campos", afirmou o líder do movimento, soldado Joel Maurino. "Com o programa Pacto pela Vida o governador ganhou prêmio internacional e vai se candidatar à presidência da República, mas o Pacto não é tudo o que ele diz".

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