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Com habeas corpus, Pitta reaparece

Ex-prefeito diz que estava trabalhando

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Por Redação
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Quase duas semanas depois de ter a prisão decretada por inadimplência no pagamento de pensão à ex-mulher, o ex-prefeito Celso Pitta reapareceu publicamente ontem para anunciar que não era mais procurado - segundo seus advogados de defesa, uma liminar de habeas corpus concedida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo garantia novamente a recém-readquirida liberdade. "Fui surpreendido em pleno feriado (da Consciência Negra) com esse mandado de prisão e fiquei as duas semanas seguintes cumprindo minha agenda de trabalho. Enquanto isso, meus advogados trabalhavam pelo habeas corpus", justificou, em entrevista coletiva. Pitta foi declarado foragido no dia 21, quando a polícia esteve em sua casa para cumprir mandado de prisão expedido dois dias antes, pelo não-pagamento de R$ 120 mil em pensão alimentícia à ex-mulher, Nicéa Camargo. Segundo Pitta, nas duas semanas em que esteve foragido, conseguiu, "com esforço", reunir "alguma quantia" para pagar à ex-mulher. De acordo com a defesa do ex-prefeito, a quantia - não revelada - foi depositada anteontem, em juízo. A família de Nicéa, porém, não confirma o pagamento. "Ninguém nos falou nada, nem os nossos advogados nem os dele", disse a filha do ex-prefeito, Roberta Camargo Pitta. Segundo o ex-prefeito, os dias em que esteve fora cumprindo sua agenda de trabalho - ele presta consultoria na área de finanças e agronegócio - também foram o motivo do não comparecimento, na quinta-feira passada, à audiência da ação revisional proposta por ele próprio, na tentativa de reduzir o valor da pena. "Nas condições financeiras em que estou, não é o momento de perder nem um dia de trabalho." Nas duas semanas em que Pitta esteve foragido, a principal estratégia de Nicéa foi tentar constrangê-lo: primeiramente, ofereceu R$ 1 mil a quem apresentasse informações que levassem à prisão. Depois, ameaçou usar dois algozes do ex-prefeito - o mentor da Operação Satiagraha, Protógenes Queiroz, e o promotor Silvio Marques, que move ação por improbidade contra Pitta - para provar que ele tinha condições de quitar sua dívida. "São todas ações de extremo baixo nível. Lamentável a postura desta senhora diante de assunto tão sério. Mas é bom que me coloquem frente a frente com o pessoal da Satiagraha, para mostrar que não tenho nada com isso." O ex-prefeito classificou o valor da pensão alimentícia definida pela Justiça, de R$ 20 mil mensais, como "exorbitante". "Minha imagem ficou muito arranhada depois da Satiagraha. E tudo o que essa senhora fez foi trabalhar para denegri-la ainda mais. Tantos contratos foram cancelados que não tive mais condições de pagar a pensão. Ainda mais em termos tão absurdos. Vamos mudar isso." O novo valor, a ser proposto por Pitta, será de R$ 7,5 mil.

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