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Com medo, corretores redobram cuidados

Ladrões fingem querer comprar imóveis para assaltar vizinhos

Por Camilla Haddad
Atualização:

O Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci) confirmou a ação de quadrilhas que entram em casas vazias - à venda ou para alugar - no Morumbi, zona sul, e assaltam mansões vizinhas. Pelo menos seis casos foram registrados nos últimos dois meses. O Creci tem organizado palestras para alertar corretores e plantonistas sobre os roubos. "Hoje em dia o corretor toma cuidado ao agendar uma visita com um cliente e o plantonista das casas vazias também é orientado a não receber qualquer pessoa", explica o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto. Ele diz que a exposição de placas na porta dos imóveis serve como "mirante" para criminosos voltarem depois, renderem o plantonista e pularem o muro para a residência ao lado. Segundo Viana Neto, as corretoras seguem um padrão: agendam a visita pessoalmente e obrigam o ?possível? cliente a preencher uma ficha. Os corretores, antes de sair para os encontros, avisam os colegas, para o caso de demorarem a voltar. O presidente do Creci diz que alguns profissionais têm saído acompanhados. Geralmente, segundo a polícia, as quadrilhas se passam por potenciais compradoras de mansões. Os criminosos costumam chegar em trios para "visitar" o imóvel vazio - há sempre um casal. Enquanto dois conversam com o plantonista, o outro comparsa observa todos os acessos da casa ao lado. Mais tarde, o bando volta, invade a casa e espera amanhecer para render a primeira pessoa que entra ou sai da casa vizinha. Também há um método em que o ladrão chega ao imóvel e logo rende e amarra o plantonista, rouba seus pertences e pula o muro para a casa ao lado. O presidente do Creci cita uma outra tática usada no Morumbi. Como se tivesse interesse em comprar o imóvel vazio, uma idosa ou um casal com criança toca a campainha do vizinho e começa a perguntar se há feira na rua. A pessoa que dá as informações é rendida. O especialista em segurança Dalton Pereira, diretor de operações do Grupo GR, diz que há cerca de três meses esse crime se intensificou no Morumbi. "Os condomínios horizontais estão cada vez mais protegidos." Com isso, segundo Pereira, os criminosos investem nas mansões vizinhas a casas desocupadas, mais vulneráveis.

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