Com paralisação da PF, Cumbica tem quase 15% de atrasos

Agentes federais querem reestruturação da carreira; em Brasília número de atrasos chega quase aos 20%

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Por Redação
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A "operação tartaruga" de policiais federais causa atrasos em alguns aeroportos do País nesta quarta-feira, 10. Nesta quarta, policiais federais e civis fazem uma paralisação de 24 horas e serviços como emissão de passaportes e embarque de passageiros são prejudicados. Às 16 horas, o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, tinha quase 15% dos vôos atrasados - 19 dos 128 vôos programados. No Aeroporto do Galeão, no Rio, o mesmo porcentual de atrasos, 15 dos 101 vôos programados tinham atraso superior a 30 minutos. Em todo o País, 12% dos vôos tinham atraso, segundo informações da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). Veja também: Anac descarta apagão aéreo no fim do ano Greve mostra insatisfação da categoria, diz sindicato Algumas delegacias da PF também têm o funcionamento atingido devido à "operação tartaruga". Em Brasília, os vôos também registravam atrasos, segundo a Infraero. Além de São Paulo, Rio e Brasília, a paralisação de 24 horas - que teve início às 8 horas - atinge serviços nos Estados da Bahia, Paraná, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. O serviço de atendimento ao público, como interrogatórios, concessão de porte de arma, atendimento a estrangeiros, controle de empresas de vigilância, bancos e produtos químicos, emissão de passaporte, concedidos somente em casos emergenciais, iriam ser suspensos, além de uma operação padrão no atendimento a passageiros nos aeroportos. Apenas os atendimentos de urgência são feitos. Reivindicações A categoria reivindica a reestruturação na carreira com a criação de um projeto de Lei Orgânica. O Ministério da Justiça já apresentou um anteprojeto, mas que mantém os parâmetros atuais. "Por esse motivo houve uma forte reação da categoria", diz Marcos Vinício Wink, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). Para o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos, Civis e Federais do Departamento de Polícia Federal no Estado de São Paulo (Sindpolf), Rogério Almeida, a situação atual privilegia o mérito e não a experiência. "Hoje, delegados sem experiência policial ingressam, logo no começo de carreira, em altos postos de comando. E apenas os delegados ocupam os cargos mais elevados", diz. A meritocracia permitiria que policiais federais experientes também pudessem comandar, planejar e executar as operações. As idéias defendidas pela categoria tomam por base estruturas policiais como as do FBI, dos Estados Unidos, e da Scotland Yard, do Reino Unido, mas encontram forte resistência dos delegados. "Isso não significa que queiramos ascender ao cargo de delegado sem concurso. Queremos que nossas funções nos permitam avançar degraus na carreira exercendo atividade investigatória", diz Wink. A categoria também protesta contra o Plano Especial de Cargos, o PEC 549, que transforma os delegados em carreira jurídica e aumentaria o fosso salarial e funcional que separa os servidores. "O PEC contempla apenas uma categoria da Polícia Federal", diz Almeida, da Sindpolf. (Com Solange Spigliatti, do estadao.com.br) Atualizado às 16h25.

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