
09 de junho de 2009 | 14h35
O submarino Emerade, que deve chegar na quarta-feira para ajudar nas buscas pelas caixas-pretas do Voo 447 da Air France, é uma embarcação nuclear de primeira geração da Marinha da França. Ele é o quarto submarino da classe Rubis e é capaz de mergulhar em águas profundas.
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Equipado com um sistema sonar, ele tentará detectar sinais acústicos emitidos pelas caixas-pretas do Airbus, que caiu no Oceano Atlântico no trajeto Rio-Paris na noite de domingo, 31, com 228 pessoas a bordo. A participação no resgate dos destroços do AF 447 vai funcionar como uma espécie de prova real da tecnologia de casco e sistemas eletrônicos dos submarinos franceses.
O Emerade pode carregar até 14 mísseis e torpedos e seu sistema de propulsão é baseado em um sistema turboelétrico nuclear. Ele foi construído na década de 80 e comissionado em 15 de setembro de 1988. Submerso, desloca 2.600 toneladas. Mede 73,6 metros e leva 62 tripulantes. A velocidade máxima é de 46 km/hora e o alcance é virtualmente ilimitado, graças à propulsão nuclear.
Em 30 de março de 1994, o submarino Emerade sofreu um acidente, um dos principais da história deste tipo de embarcação. O compartimento do motor sofreu uma explosão acidental e 10 pessoas morreram. Ele passou então por uma reforma entre maio de 1994 e dezembro de 1995 e foi elevado ao mesmo nível tecnológico do Améthyste (S 605).
Nos últimos anos, a embarcação participou da Operação Tridente, em 1999, no Adriático, garantindo a segurança do porta-aviões Foch na Iugoslávia. Em 2001, ele realizou exercícios no Oceano Atlântico e, em 2005 e 2006, no Índico.
Tecnologia nas buscas
A Marinha dos Estados Unidos enviou na segunda-feira dois aparelhos chamados de towed pinger locator 30 (localizadores rebocados de pinger) e 19 pessoas para o aeroporto de Natal, de onde eles partem entre quarta e sexta-feira em uma missão para tentar encontrar a caixa-preta. Os pingers são cilindros acoplados às caixas-pretas que, quando submersos em água salgada, emitem sinais acústicos (pings). Os localizadores conseguem detectar pingers que estejam a até 20 mil pés (6.096 metros) de profundidade.
O mesmo equipamento foi usado para localizar a caixa-preta do Boeing 747 do voo 800 da TWA, que explodiu no ar em 1996 e caiu no Atlântico, causando a morte de 230 pessoas. Em janeiro de 2007, o equipamento também foi usado com sucesso para localizar a caixa-preta de um avião que sumiu na costa da Indonésia, com 102 pessoas a bordo.
Segundo o comandante da Marinha Jeffrey Gordon, a equipe que deixou o aeroporto de Dulles é composta de oficiais da Superintendência de Mergulho e Salvamento, e funcionários terceirizados que operam o equipamento.
Kathleen Roberts, porta-voz do Comando de Sistemas Navais da Marinha, afirmou que a ajuda foi requisitada pelo governo francês e os equipamentos serão usados em dois rebocadores contratados pelo governo francês. As caixas-pretas têm bateria para seu pinger funcionar durante 30 dias.
As buscas pelos corpos dos passageiros do Voo 447 e destroços do Airbus contam ainda com 7 navios, sendo seis brasileiros e um francês, além de 14 aviões e helicópteros, sendo 12 do Brasil e 2 da França. Até o momento, 28 corpos foram resgatados.
Texto alterado às 10h20 para acréscimo e correção de informações
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