PUBLICIDADE

Comandante pode não ter habilitação para pilotar Legacy

Registros da agência americana de aviação indicam que Joe Lepore não possui a habilitação específica exigida para aviões da Embraer

Por Agencia Estado
Atualização:

A empresa americana de táxi aéreo ExcelAire informou nesta terça-feira, que os funcionários Joe Lepore e Jan Paul Palladino, que comandavam o Legacy 600 quando o avião colidiu com o Boeing 737-800 da Gol, matando 155 pessoas na sexta-feira, são pilotos de vôos comerciais, ambos com habilitação para conduzir aeronaves Embraer. Os registros da Federal Administration Agency (FAA), a agência americana de aviação, no entanto, indicam que Lepore, piloto da aeronave, não possui a habilitação específica exigida para aviões da Embraer. Segundo os registros da FAA, apenas Palladino, co-piloto do Legacy, possui tal qualificação. Mas, pela legislação americana, a habilitação específica para cada aeronave é exigida do piloto no comando do vôo. ?Normalmente, o piloto que detém a habilitação específica estaria no comando da aeronave, e o outro, como co-piloto?, informou ao Estado o porta-voz da FAA, Les Dorr. Nos registros da FAA, Palladino tem o tipo de avaliação para aeronaves Cessna e Golfstream. O Estado solicitou à empresa que enviasse cópia da habilitação de Lepore, certificando a sua habilitação para aeronaves Embraer, mas até as 20h30, não havia recebido retorno. Os dois, de acordo com a FAA, têm licença como pilotos de transporte aéreo, que seria o mais alto nível de licença exigido a um capitão. Mas, de acordo com especialistas da Flight Safety Foundation, organização não-governamental na área de segurança em aviação, o regulamento americano exige que o piloto em comando tenha a habilitação para a aeronave específica que irá pilotar, quando realizando vôos para companhias aéreas comerciais ou de carga. A ExcelAire informou que Lepore é piloto comercial desde 1984 e tem 8 mil horas de vôo. Já Palladino tem licença como piloto comercial desde 1996 e já acumulou 6.400 horas de vôo. Procurada pelo Estado, a porta-voz da empresa, Lisa Hendrickson, não quis comentar sobre os rumores de que os pilotos teriam desligado o transponder, equipamento que mantém a aeronave dentro dos radares. Lisa não comentou a possibilidade de a Justiça brasileira pedir a prisão dos pilotos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.