Comando da campanha de Alckmin tenta abafar crise

O governador do Ceará disse que usou depoimento de Lula a seu favor para dar satisfação ao eleitorado, mas que continua apoiando o presidenciável tucano

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Por Agencia Estado
Atualização:

O comando político da campanha do candidato tucano ao Palácio do Planalto entrou nesta terça-feira, 22, em ação para abafar a crise no PSDB do Ceará, terra do presidente do partido, senador Tasso Jereissati, e evitar que contamine outros Estados. Depois de exibir imagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu programa de TV, desobedecendo orientação da direção nacional, o governador Lúcio Alcântara telefonou para o coordenador executivo, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), para dar suas explicações e garantir que continua apoiando Alckmin. Ele disse que só usou a imagem de Lula em seu programa para dar uma satisfação ao eleitorado, já que a oposição o acusou na véspera de atuar para prejudicar o Ceará. No programa, Lúcio mostrou cena em que Lula o chama de companheiro e com quem teve uma relação de lealdade. Nesta quarta, quando desembarcar em Brasília, Alckmin fará uma avaliação da situação cearense com Sérgio Guerra que, na semana passada, já teve que resolver conflitos em Pernambuco, seu próprio Estado. Só depois de uma reunião dura com aliados é que conseguiu que o nome de Alckmin fosse citado no programa de TV dos deputados pernambucanos. No caso do Ceará, o problema vem se agravando desde a escolha do candidato ao governo. Tasso resistiu à indicação de Lúcio Alcântara e se recusa a pedir votos para o governador no Estado, fazendo uma campanha paralela em favor de Alckmin. Mesmo em meio a esse clima negativo, o presidenciável, por sua vez, não tenta uma parceira direta com o próprio Lúcio para não entrar em confronto com Tasso Jereissati. O senador ainda tem força eleitoral no Estado e Alckmin precisa do prestígio dele. "A fotografia de Geraldo Alckmin é maior do que a minha no comitê eleitoral", disse Lúcio a Sergio Guerra, tentando encerrar a crise. Otimismo Na expectativa do comando da campanha, esses problemas serão reduzidos à medida que o candidato nacional crescer nas pesquisas. O clima ainda é de otimismo, sobretudo depois das avaliações positivas dos primeiros resultados do programa eleitoral na TV. No interior do Estado do Rio, constatou-se melhoria no desempenho de Alckmin, apesar de sua situação continuar crítica na Baixada Fluminense. No entanto, Sergio Guerra reconhece que é preciso atrelar os partidos coligados à campanha nacional. "As máquinas estaduais não colam com a campanha do presidente da República. É indispensável que sejam acionadas", observou. Estratégia e alvos Além de atuar politicamente, o comando da campanha de Alckmin decidiu, durante reunião realizada domingo, em São Paulo, que vai centrar fogo em sete Estados com maior densidade eleitoral: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco. O comando decidiu, também, reforçar as carreatas, comícios e reuniões com lideranças municipais. "Um desafio é fazer com que as campanhas no interior funcionem mesmo", disse Sergio Guerra (PSDB-PE) , ressaltando a necessidade de agregar mais os prefeitos, grandes cabos eleitorais e com disponibilidade, já que não estão concorrendo em outubro. Com a ajuda municipal, os tucanos pretendem tornar o candidato mais conhecido, vencendo essa barreira em áreas onde seu desempenho é fraco.

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