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Comando da PM do PR repudia declarações de secretário de Segurança

Fernando Francischini afirmou que apenas cuidava da 'gestão da pasta' e que 'responsabilidade' por operação era da Polícia Militar

Por Julio Cesar Lima
Atualização:

CURITIBA - O Comando-Geral da Polícia Militar do Paraná divulgou na tarde desta quarta-feira, 6, uma carta enviada ao governador Beto Richa (PSDB), na noite de terça-feira, 5, em que repudia as declarações do secretário de Segurança, Fernando Francischini (Solidariedade), à imprensa. 

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Publicada no site da Associação dos Militares (Amai), a nota ainda divulgou um e-mail para que os associados que concordem com a posição do comandante-geral, Cesar Kogut, enviem mensagens ao governador e demonstrem a indignação da categoria - a saída de Kogut havia sido confirmada por fontes da corporação.

Na ocasião, o secretário chegou a dizer que "apenas cuidava da gestão da pasta e que a responsabilidade das operações de campo era da Polícia Militar", disse, o que irritou profundamente a PM.

Polêmico. Francischini aparecia na TV com arma Foto: Dida Sampaio/Estadão

"Que o senhor secretário de Segurança Pública foi alertado inúmeras vezes pelo comando da tropa empregada e pelo comandante-geral sobre os possíveis desdobramentos durante a ação e que mesmo sendo utilizadas as técnicas internacionalmente reconhecidas como as indicadas para a situação, pessoas poderiam sofrer ferimentos, como realmente ocorreu, tendo sido vítimas manifestantes e policiais militares empregados na operação..", diz um trecho da carta.

Além disso, o comando fez questão de ressaltar que houve abertura de Inquérito Policial Militar para "apurar os possíveis excessos" cometidos por policiais.

Carta do Comando-Geral da PM enviada ao governador Beto Richa (PSDB) Foto: Divulgação

Já no final da carta, os policiais apontam Francischini como participante de todas as ações e comandos da operação. "Não se pode admitir em respeito à tradição da Polícia Militar do Paraná, seus oficiais e praças, que seja atribuída a tão nobre corporação a pecha de irresponsável ou leviana, por não ter sido realizado um planejamento, ou mesmo que tenha sido negligente durante a operação, pois todas as ações foram tomadas seguindo o Plano de Operações elaborado, o qual foi aprovado pelo escalão superior da Sesp (Secretaria Estadual de Segurança Pública), tendo inclusive o senhor secretário participado de diversas fases do planejamento, bem como é importante ressaltar que no desenrolar dos fatos o senhor secretário de Segurança Pública era informado dos desdobramentos."

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Por causa dos confrontos, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) abriu inquérito para apurar as responsabilidades sobre os conflitos, com detalhamentos de todas as ações e cadeia de comandos.

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