PUBLICIDADE

Começa julgamento de acusados da morte de prefeita no MS

Por Agencia Estado
Atualização:

Três dos seis acusados do assassinato de Dorcelina de Oliveira Folador (PT) quando ela era prefeita de Mundo Novo, extremo sul de Mato Grosso do Sul e a 230 quilômetros da capital, negaram participação no crime. O julgamento começou nesta segunda-feira no Fórum de Campo Grande e deve terminar durante a madrugada desta terça-feira. Os acusados são Valdenir Machado, Theofilo Stoker e Esmael Meurer. Os demais serão julgados em datas diferentes: Roldão Teixeira de Carvalho, no dia 18 de março; Getúlio Machado, em 7 de abril, e Jusmar Martins da Silva, em 13 de maio. O homicídio aconteceu no início da madrugada do dia 23 de outubro de 1999, quando a vítima, sentada na varanda de sua residência, conversava com o marido, atual vice-prefeito de Mundo Novo, Celso Folador, e uma filha menor de idade. Segundo a acusação, Getúlio Machado teria disparado os oito tiros que mataram Dorcelina. Ela estava sentada, e o assassino usou um muro na lateral da casa para se apoiar e fazer os disparos. Dorcelina, além de prefeita era militante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). O juiz Júlio César Siqueira, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, abriu os trabalhos destacando que o julgamento é feito pela Justiça comum e não eleitoral. A observação foi para afastar o tom político do julgamento. Prefeitos, deputados, vereadores e muitos militantes foram ao Fórum de Campo Grande com camiseta vermelha, cor que simboliza o PT. Celso Folador, acredita que o assassinato foi por vingança de Jusmar Martins da Silva. Disse que ele era secretário da Fazenda da prefeitura durante a administração de Dorcelina e foi exonerado, e a demissão teria motivado a vingança. O promotor do caso, Miguel Vieira da Silva, disse que um dos acusados esteve na casa de Dorcelina para sondar o ambiente antes do crime. Dorcelina deixou duas filhas: uma de quatro e outra de oito anos, que moram com Celso Folador. Theófilo Stoker, acusado de esconder a arma utilizada para matar Dorcelina Folador, disse que foi torturado por policiais do Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Seqüestros), que investigaram o crime em 1999 e, sob a ameaça de ter o neto morto, acabou admitindo envolvimento. Esmael Meurer Silveira, o segundo acusado de envolvimento na morte da prefeita, procurou se defender, alegando que R$ 1.500,00, tidos como parte do pagamento pela participação do crime encontrados dentro de uma lata na casa dele, eram para o parto da esposa. O terceiro acusado, Valdenir Machado, seguiu a mesma linha dos dois primeiros e disse que foi ameaçado e agredido pela Polícia Civil para admitir participação no crime. Porém, foi mais enfático; disse que a delegada Sidinéia Tobias, que conduziu o inquérito, chegou a dizer que tinha carta branca do governo e poderia até matar para esclarecer o assassinato. A polícia encontrou com ele uma sacola com peruca, barba postiça, roupas e a arma do crime. Responsável pelo inquérito, a delegada Sidinéia Tobias disse que já esperava as acusações de violência, ressaltando que "as provas contra os acusados são contundentes".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.