O comerciante Alexander Lopes Matos, de 31 anos, foi baleado ontem, às 11h20, depois de ser assaltado na Estação Trianon-Masp do metrô, na Avenida Paulista. Dono de uma marcenaria em Mauá, no ABC, ele havia trocado um cheque de R$ 1.400 da agência do Banco Safra na esquina da Paulista e da Rua Augusta. Matos guardou o dinheiro no bolso e seguiu para a Estação Consolação. No vagão, foi abordado por dois homens de terno. Um deles apontou um revólver 38 e anunciou o assalto. "Dá o dinheiro que está no seu bolso." Matos tentou dissuadi-los, mas o assaltante que apontava para sua barriga levou a arma para sua testa. Após engatilhar o revólver, reforçou a ameaça. "Vai logo. Se não, você vai morrer." O dinheiro foi entregue ao assaltante mais jovem. O outro deu cobertura, de dentro do vagão, mas assim que soou o apito do fechamento das portas, também correu para a escadaria. "Quebrei o alarme de emergência e fui atrás dele, gritando ?pega ladrão?", relembrou Matos. Segundo o comerciante, o ladrão virou uma vez em sua direção, ainda na escadaria, apontando a arma. Matos recuou, mas retomou a perseguição para encontrar ajuda policial. "Ele já estava longe, saindo da estação e eu nas catracas. Ele deu dois tiros, me joguei no chão, mas um me atingiu na perna." Matos reclamou da assistência prestada pelos seguranças do Metrô, que demoraram para acionar o socorro. "Eu estava sangrando muito, desmaiei no hospital e, se não fosse o policial militar me levar ao hospital na viatura, eu teria morrido", disse Matos. Ele disse que os médicos do Hospital do Servidor Público Municipal não retiraram o projétil de sua coxa. "Não consigo andar, não sei como vou ficar." A Assessoria de Imprensa do Metrô negou ter deixado de prestar assistência. Explicou que fez um trabalho conjunto com a PM e que acompanhou a vítima até sua liberação, às 18h40. O hospital informou que a bala não afetou nenhum músculo nem ossos e que sua retirada poderia afetar um músculo. O delegado Jorge Miguel Koury Neto ouviu ontem as quatro testemunhas do crime. Classificou o roubo como uma "ação ousada" e disse que o caso é "prioritário". Ele negou que crimes semelhantes tenham ocorrido no metrô. O delegado solicitou que as testemunhas vissem o álbum de criminosos com antecedentes na polícia para tentar identificar os assaltantes. O Metrô informou que não foram gravadas imagens do caso. Na confusão, uma funcionária de um quiosque da estação se feriu levemente, mas passa bem.