Comerciante prevê queda de 40% nos lucros

Enquanto tentam adaptar os espaços, donos de bares temem que calçadas não comportem todos os fumantes

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Por Cristiane Bomfim
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"Estou me programando para ter uma redução de 30% a 40% no número de frequentadores deste bar e, por consequência, do meu lucro", afirma o comerciante Eleutério Braga, dono do Bar e Lanchonete Samaro, no Itaim-Bibi, zona sul. Na noite de quarta-feira, o bar estava repleto de fumantes. "Cerca de 70% dos meus clientes fumam. E eu vou fazer o quê? Não posso ignorar a lei." Especial: onde pode e não pode fumar em SP? Imprima o guia da lei para tirar suas dúvidas Saiba como foi a primeira noite de blitze em SP A maior reclamação de Braga é ter de vigiar os clientes. "Vou virar babá de quem eu não conheço. Vou ter de ser aquele chato que manda apagar o cigarro e, se um engraçadinho não obedecer, eu serei o penalizado." Em média, o bar - que já tem 30 anos - recebe 300 clientes por noite. "É muita gente." Para se adequar à lei e garantir conforto aos clientes, Braga pretende fazer uma reforma nos próximos meses. "Vou ter de colocar ar-condicionado aqui dentro, para manter as portas fechadas e os fumantes ficarem à vontade na calçada." O gerente da casa noturna FunHouse, Evandro Lopes, também espera uma queda de até 30% no movimento da casa. "Pelo menos nas primeiras semanas os fumantes vão deixar de sair, mas espero que eles voltem. Temos muitos frequentadores assíduos", disse. A casa também está se adequando às mudanças. Para respeitar a lei antifumo, ele irá distribuir pulseiras coloridas para que os fumantes possam deixar as dependências da casa e fumar na calçada. "Espero que a rua não fique mais movimentada do que do lado de dentro e que as pessoas não decidam sair todas ao mesmo tempo." Essa é a mesma preocupação dos proprietários dos bares e botecos da Rua Augusta, também na região da Consolação. "O meu bar é pequeno e não vai comportar tanta gente nas calçadas. Quero ver como vou fazer para agradar aos fumantes e aos não fumantes. O Serra quer acabar com a gente", reclama o dono de um bar que pediu para não se identificar. "O jeito vai ser pegar no pé de fumante e tentar não fechar por falta de cliente", respondeu o balconista do bar.

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