Comércio religioso surgiu na rua na década de 50

PUBLICIDADE

Por Vitor Sorano
Atualização:

Quem conta da melhor maneira a história da Conde de Sarzedas é Araci Miranda, de 77 anos, há 54 vendendo discos e outros artigos religiosos na rua. Ela afirma que sua loja, a gravadora Deus é Amor, foi a primeira evangélica a abrir no local. "A igreja foi construída na mesma época, por coincidência. Aí o povo começou a se aglomerar na igreja e começaram (a abrir mais lojas religiosas). Isso foi dois ou três anos depois", diz Araci. De lá para cá, a rua se tornou referência gospel da cidade. Uma transformação que não agradou à pioneira. "Para mim não foi bom, porque a concorrência aumentou muito e são desleais. Muitos não são evangélicos, mas têm loja aqui só para vender." De início, a gravadora de Araci estava instalada em uma casa no começo da rua. A Conde foi um acaso. "Conseguimos uma casa velha para alugar." Mais tarde, mudou-se para o final dela, em um imóvel próprio, onde está até hoje. "Ficou sendo uma das últimas e, quando o povo chega aqui, já não tem mais dinheiro, não tem mais cheque, não tem mais cartão", reclama. "Tá difícil de se manter. Tem perigo até de fecharmos." A Conde de Sarzedas existe com esse nome pelo menos desde 1894. Segundo o Dicionário de Ruas da Prefeitura, foi chamada assim em homenagem a Bernardo José de Lorena, conde de Sarzedas, fidalgo português e capitão-general de São Paulo entre 1788 e 1797.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.