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Comissão de Valores Mobiliários investiga executivos da Vale por tragédia de Brumadinho

Ex-presidente e ex-diretor de ferrosos da mineradora são alvo de processo administrativo; rompimento de barragem matou 272 pessoas

Por Mariana Durão
Atualização:

RIO - O ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, e o ex-diretor de Ferrosos da companhia, Peter Poppinga, são alvo de um processo administrativo sancionador aberto pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no caso Brumadinho (MG). Em agosto de 2019, a autarquia instaurou inquérito para aprofundar a investigação sobre a responsabilidade de administradores da companhia pelos fatos ligados ao rompimento da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em 25 de janeiro daquele ano.

Informações públicas mostram que a CVM abriu prazo para a apresentação de defesa pelos dois executivos nesta segunda-feira, 5. A apuração trata de "eventuais irregularidades relativas à possível inobservância de deveres fiduciários" ligados à tragédia que matou 272 pessoas. Não há mais detalhes. Entre os deveres previstos na Lei das S.A. estão os de lealdade - em relação à empresa e seus acionistas - e de diligência,. Por ele, o administrador da companhia deve atuar com o mesmo cuidado que empregaria em seus próprios negócios.

Fabio Schvartsman deixou o comando da Vale em março de 2019 Foto: Fabio Motta/Estadão

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Ao comunicar a abertura de inquérito, em 2019, a CVM destacou que a apuração não incluía a atuação sobre questões relativas à legislação ambiental. À época, o órgão regulador não mencionava os nomes de executivos.

No início da investigação, a CVM solicitou o compartilhamento de informações contidas nos procedimentos instaurados por autoridades como a Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal e pela 1ª Promotoria de Justiça de Brumadinho. Também solicitou informações à Vale e acompanhou como se deu o processo de divulgação de informações pela companhia após o rompimento da barragem.

A defesa de Fabio Schvartsman informou que ele não foi notificado até o momento. Até a publicação desta reportagem, o Estadão/Broadcast não conseguiu contato com a defesa de Peter Poppinga.

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