Comissão estuda veto a luminoso em hotéis de SP

Placas em coberturas podem ser retiradas para se adequar à lei

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Por Diego Zanchetta e Rodrigo Brancatelli
Atualização:

A Lei Cidade Limpa vai ficar mais restritiva aos hotéis e motéis de São Paulo. Uma nova resolução para os estabelecimentos, com proibição total a anúncios nas coberturas e marquises, será votada pela Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) no dia 19 de agosto. Com a medida, luminosos que resistem no alto da Avenida Paulista, em hotéis tradicionais como Maksoud Plaza, Renaissance, Della Volpe e Intercontinental, terão de ser retirados. Pelo texto da Cidade Limpa, em vigor desde janeiro de 2007, os hotéis foram enquadrados entre os estabelecimentos que poderiam manter na fachada indicativos sem limite de tamanho, assim como hospitais e museus. Mas o texto não deixou clara a proibição nas coberturas. Dos 410 hotéis da capital, 227 mantêm pedidos na CPPU para a aprovação de suas placas. "Queremos publicar até o fim de agosto uma nova resolução que deixe bem claro que na cobertura e na marquise não é permitido colocar anúncio. Dessa forma, os pedidos de exceção para anúncios em coberturas serão todos indeferidos automaticamente", afirmou Regina Monteiro, diretora de Paisagismo da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) e integrante da CPPU. A diretora disse que a nova resolução também tem por objetivo definir a distinção entre hotel e motel. "Motel não é hotel. Portanto, não pode ter anúncio sem limite de tamanho na fachada", acrescentou a diretora. Nos outros comércios, o limite é de 4 metros quadrados para fachadas com até cem metros. Nos estabelecimentos com frente superior a cem metros, são permitidos dois indicativos de 10 m², distantes 40 metros entre si. Atualmente, os hotéis com pedidos de análise de indicativos na Prefeitura não podem ser multados. ALTERNATIVAS A medida do governo municipal ocorre no momento em que o setor hoteleiro comemora a taxa de ocupação recorde para o mês de junho, de 74,75% das 43 mil vagas disponíveis em toda a cidade, segundo a São Paulo Turismo (SPTuris). "Na realidade, esperamos que as placas continuem sendo aceitas, porque servem de referência aos turistas ", disse Roland de Bonadona, diretor-geral da Accor Hotels, que responde pelas marcas Sofitel, Novotel, Mercure, Ibis e Formule 1. O turismo na capital paulista, onde está o maior parque hoteleiro da América Latina, movimenta cerca de R$ 8 bilhões por ano. Para o empresário Maurício Bernardino, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Hotel de São Paulo (ABIH-SP), é preciso pensar em um sistema de identificação para ajudar os turistas. "Não somos contra a Cidade Limpa, pelo contrário, vários hotéis chegaram a mudar a fachada para se adequar à lei", disse. "Ainda assim, as placas nas coberturas dos hotéis servem de referência. Ainda queremos sentar com a Prefeitura para pensar alternativas."

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