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Comissão vai investigar incidente com avião da Gol em Congonhas

Comissão tem até 90 dias para concluir as investigações. Brigadeiro José Carlos Pereira disse que as obras na pista começam na noite desta sexta

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Infraero, estatal que administra os aeroportos do País, brigadeiro José Carlos Pereira, disse na tarde desta sexta-feira, 6, que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Infraero criaram uma comissão para investigar o incidente com o avião da Gol que derrapou na manhã desta sexta-feira, 6, ao pousar no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. O tempo máximo de trabalho da comissão é de 90 dias, mas considerando que esse incidente não teve vítimas, Pereira acredita que em poucos dias haverá uma conclusão sobre o episódio. O brigadeiro disse que as obras na pista começam na noite desta sexta. O vôo 1941 da Gol, com 122 passageiros e seis tripulantes, vindo de Cuiabá para São Paulo, pousou às 6h06 desta sexta, em Congonhas. A companhia aérea explicou que a aeronave deslizou na pista às 6h10, no momento em que realizava manobravas para deixar a pista de pouso, em baixa velocidade, quando a roda do trem de pouso avançou sobre a grama. Ningém ficou ferido. De acordo com a Gol, o avião acabou derrapando devido ao excesso de água na pista, após a chuva que caiu durante esta madrugada. Metade da fuselagem do Boeing 737-300 ficou no canteiro central do aeroporto. O aeroporto foi fechado imediatamente para pousos e decolagens e a aeronave foi removida com auxílio de um trator. Após limpeza, a pista foi reaberta às 7h15. Por causa do fechamento, cerca de 50 vôos atrasaram e segundo a Infraero. Durante coletiva convocada para falar sobre o incidente com um avião da Gol, o brigadeiro se disse "chocado" com a coincidência. "Pessoalmente, fiquei bastante chocado o fato de isso ter acontecido hoje quando vamos iniciar o trabalho", comentou. Ele relatou que a primeira providência que tomou pela manhã, ao saber do acontecido, foi checar o relatório do piloto do avião. "Fiquei um pouco mais tranqüilo quando vi o relato dele (piloto) de que ocorreu uma aquaplanagem (derrapagem na água) no final da corrida de pouso e uma coisas dessas pode ocorrer em qualquer aeroporto do mundo", afirmou. Problemas na pista O brigadeiro reconheceu que apesar da forte chuva que caía em São Paulo, fator que teria contribuído para o acidente, a pista tem problemas sérios de textura, o que facilita deslizamentos. O presidente da estatal lembrou que, em março deste ano, um avião da BRA também derrapou na mesma pista em Congonhas em um dia de forte chuva e, logo após as conclusões das investigações, a Infraero decidiu fazer licitação para contratar uma empresa com equipamentos mais modernos para fazer as obras de recuperação da pista (retextualização) que começam na noite desta sexta. Segundo ele, no entanto, a Infraero reconhece que há necessidade de fazer obras de melhoria da pista principal de Congonhas. Por causa do período de chuvas que está iniciando, no entanto, a estatal fará ao longo dos próximos dias a retirada de borracha, que se acumula na pista por causa das operações, e recuperação do asfalto (tecnicamente o processo se chama retexturização). Essa obra será realizada à noite, entre 22h30 e 4 da manhã, período em que a pista ficará interditada. O presidente da estatal acredita que essas obras ajudarão a melhorar a pista para as operações durante o período de chuvas, mas não darão total certeza de que incidentes semelhantes estejam descartados. Além disso, ele afirmou que a pista principal do aeroporto de Congonhas, devido ao tempo de uso - pois foi construída em 1940 - e movimentação intensa, precisa ser "destruída e reconstruída". Essa obra de recomposição total, que deverá durar dois meses e manterá interditada a pista para pousos comerciais, está prevista para começar até maio do ano que vem, quando se encerrará o período de chuvas.

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