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Comissão voltará a ouvir pilotos do Legacy

A investigação quer apurar os procedimentos que levaram ao desligamento do aparelho anticolisão, pois a comissão acredita que não foi uma atitude deliberada

Por Agencia Estado
Atualização:

A comissão que investiga o acidente com o Boeing da Gol pretende fazer uma nova entrevista com os pilotos americanos do jato Legacy, fabricado pela Embraer, após tomarem conhecimento que o aparelho anticolisão (TCAS) estava desligado. A investigação já sabia desse fato desde dezembro e quer apurar, agora, que procedimentos podem ter levado ao desligamento do TCAS, pois acreditam que não foi uma atitude deliberada. "A investigação quer perguntar aos pilotos o que eles teriam feito para ter ocorrido isso. Eles podem ter mexido em algo que fez o desligamento sem que o objetivo fosse esse", afirma uma pessoa próxima às investigações, que pediu para não ser identificada. A comissão, porém, ainda não definiu a data para fazer uma nova entrevista com os pilotos. "Aparentemente não foi uma atitude deliberada. Eles (pilotos) se surpreenderam (com o TCAS desligado)", acrescenta. Segundo essa fonte, o TCAS recebe sinais do transponder - aparelho que torna uma aeronave visível no espaço aéreo - e é por meio desse envio de dados que o TCAS dá seus comandos. "Se o transponder não estava funcionando, o TCAS não identifica a outra aeronave em rota de colisão", acrescenta. Relatório preliminar da comissão divulgado ano passado já havia constatado que o transponder estava inoperante. Como parte dessa investigação, a comissão entrou em contato com a fabricante do transponder para apurar quais procedimentos podem ter levado ao desligamento desse aparelho sem que os pilotos quisessem desligá-lo intencionalmente. Indiciamento A Polícia Federal indiciou os pilotos norte-americanos Joe Lepore e Jan Paladino por não terem observado as cautelas necessárias durante o vôo. Eles pilotavam o jato Legacy que se chocou no ar com o Boeing da Gol, em 29 de setembro de 2006, causando a morte de 154 pessoas. O raciocínio da PF é lógico: como os dois pilotos estavam voando por instrumentos, tinham de ter total controle sobre eles. A PF espera que laudos do Instituo Nacional de Criminalística (INC) sejam capazes de confirmar se, como indicam os diálogos dos dois pilotos na cabine, o TCAS estava mesmo desligado. Segundo uma fonte da PF, o objetivo é reunir o melhor conjunto probatório possível a respeito da eventual responsabilidade dos pilotos americanos no acidente.

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