Comissário veio para o enterro do pai no Rio

Lucas Jucá trabalhava desde outubro de 2007 na Air France

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Por Silvio Barsetti , Daniele Carvalho e RIO
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O carioca Lucas Gagliano Jucá, de 24 anos, era o único tripulante brasileiro no voo 447 da Air France que desapareceu na noite de domingo durante a rota Rio-Paris. Fã de música clássica e torcedor do Botafogo, ele trabalhava desde outubro de 2007 na companhia aérea francesa. Lucas morava em uma cidade da periferia pobre de Paris, em Saint-Ouen, mas em um edifício de classe média, recém-construído, denominado Les Laureades. Ele estava no Brasil há cerca de duas semanas por conta do falecimento de seu pai. Numa comunidade de relacionamento da internet, Lucas agradeceu na semana passada à solidariedade de parentes pela perda do pai. "Amo muito todos vocês. Já está tudo bem, apesar da saudade", escreveu o comissário de bordo. Em seguida, ele manifestou preocupação com a mãe, na mesma mensagem. "Minha mãe é que está precisando mais de força." Em sua página na internet, Lucas demonstrava ser poliglota. Afirmava ter o domínio das línguas francesa, italiana, polonesa, romena, russa, eslovaca, inglesa e espanhola. Na frase de apresentação de seu perfil está clara sua paixão pelo estudo de outros idiomas. "Quanto mais idiomas você sabe, mais você ganha da vida." Lucas se definia como uma pessoa extrovertida, como um "pateta e palhaço". Ele estudou num dos mais tradicionais colégios do Rio, o São Bento, no centro da capital fluminense, e gostava muito de jogar vôlei de praia e futebol com os amigos. Era solteiro e formado em Direito pela PUC-RJ. FAMÍLIA Na manhã de ontem, seus familiares chegaram muito emocionados ao Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio - que mantém as bandeiras em meio-pau, em sinal de luto -, onde estão sendo recebidos parentes e amigos das vítimas do voo da Air France. Com uma foto de Lucas nas mãos, seu tio, Jorge Luís, tentava buscar mais informações sobre o rapaz. "Temos esperança que vai dar tudo certo", afirmou sua prima, Bruna Gagliano Jucá. Bruna será a interlocutora entre os parentes dos passageiros e a Marinha para obter informações sobre as operações de busca aos destroços do avião. "A Air France está tratando a todos bem, disponibilizando médicos e psicólogos", elogiou Bruna antes do encontro com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, no hotel. COLABORARAM ALBERTO KOMATSU E ANDREI NETTO

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