Compositor Guinga é agredido em Madri

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Por Felipe Werneck e Pedro Dantas
Atualização:

O compositor e instrumentista Guinga, de 60 anos, acusa a polícia espanhola de agredi-lo no Aeroporto de Barajas, em Madri, depois que ele tentou, sem sucesso, prestar queixa sobre o sumiço de seu casaco com carteira, passaporte, chaves de casa, 400 e R$ 200 na esteira do aparelho de raio X. Neto de espanhol, o músico afirma que perdeu dois dentes após um policial do posto da Polícia Nacional Espanhola lhe dar um soco na boca. O músico disse que sofreu uma infecção bucal e crise hipertensiva após a agressão. A confusão aconteceu porque Guinga queria prestar queixa e os policiais o orientavam a procurar a embaixada brasileira. "Fui ríspido e falei alto com o policial, dizendo que fiscalizar o aeroporto é trabalho dele e não da minha embaixada. Ele virou e disse ?vá saindo?. Gritei e levei o soco", contou Guinga à Rádio Band News. Ele acredita que foi vítima de discriminação por ser brasileiro e disse que a polícia espanhola é "pior do que os bandidos dos morros brasileiros". Violonista reconhecido internacionalmente, Guinga voltava da Itália, onde deu aulas em um conservatório em Roma. Ele contou que o voo da Ibéria faria conexão em Madri na sexta-feira, quando uma nevasca impediu a viagem. Após esperar 12 horas, ele e outros passageiros dormiram em um hotel pago pela companhia. No dia seguinte, todos voltaram ao aeroporto. Ao notar o sumiço do casaco, o músico procurou o policial e a confusão teve início. "Ele viaja há 30 anos e nunca passou por isso", disse a mulher do músico, Maria de Fátima Escobar. Após procurar por três horas, o músico encontrou seu casaco com o passaporte e os pertences em uma lata de lixo do aeroporto. O dinheiro havia sumido. Guinga embarcou em um voo da TAP. Cirurgião-dentista aposentado, ele passou a tarde de terça-feira no consultório de um amigo para colocar duas próteses provisórias. O Ministério das Relações Exteriores informou que soube do fato pela imprensa e encaminhou pedido de informações ao serviço consular na Espanha. O caso foi considerado "muito grave, lamentável, inadmissível" pelo ministério, que aguarda relato oficial do músico para atuar.

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