Confronto após ato de professores no Rio tem maior número de presos dos protestos

Em mais uma noite de depredação , 190 pessoas foram levadas a delegacias; chefe da Polícia Civil, Marta Rocha diz que busca fórmula mais eficaz para enfrentar os black blocs

PUBLICIDADE

Por Antonio Pita
Atualização:

RIO - A chefe da Polícia Civil do Rio, delegada Marta Rocha, afirmou que os confrontos entre manifestantes e policiais, após o ato de professores municipais na noite dessa terça-feira, 15, geraram "a maior quantidade de apreensões e prisões entre todas os protestos." No total, 190 pessoas foram levadas a oito delegacias. Entre eles, 64 manifestantes e 20 menores foram autuados em flagrante e continuam detidos.

PUBLICIDADE

A polícia investiga a participação de manifestantes de outros Estados. Entre os presos foram identificados participantes do Espírito Santo, São Paulo, Brasília e Rondônia. Segundo a delegada, eles afirmaram que estão no Rio de férias e aproveitaram para participar das manifestações. A polícia ainda apura as informações.

"Nós olhamos para este grupo como um bando, na forma como o termo é descrito no Código Penal", afirmou Marta Rocha. A delegada classificou a atuação da Polícia Civil como "lúcida" e "serena". Segundo ela, a instituição "busca uma maneira mais eficaz para enfrentar este fenômeno", em referência aos manifestantes que se identificam como black blocs.

"Ninguém mais aguenta esta situação. Não há uma pessoa, de todos os segmentos sociais, qualquer que seja sua ideologia, que suporte mais isso. A Polícia Civil atua em defesa da sociedade", afirmou a delegada. Marta Rocha também criticou as manifestações de apoio ao grupo por parte de "professores, instituições e outras pessoas formadoras de opinião que emprestam suas identidades ao movimento".

"Não estamos falando de manifestação, estamos falando de atos de vandalismo. Não pode ter a ilusão de achar que essas pessoas estejam indo para esses eventos tratar de mudança social", pontuou. "Está havendo um aumento na intensidade da violência. Não vamos tratar isso de forma pueril."

A Polícia Civil apresentou diversos artefatos encontrados com os manifestantes, entre eles facões, serras, canivetes, estilingues, pedras portuguesas, escudos e até balões cheios com fezes, que seriam atirados contra os policiais.

Entre os presos, 27 pessoas foram enquadradas na nova lei que tipifica o crime organizado. A Polícia Civil não detalhou se os presos são os manifestantes que participavam da ocupação em frente à Câmara de Vereadores. Questionada sobre a acusação de que a corporação estaria atuando como uma "polícia política", a delegada afirmou que "a polícia não analisa a pessoa, mas sim o fato".

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.