Congresso e STF decretam luto oficial após Brasil ultrapassar 100 mil mortos por coronavírus

Com o luto oficial de quatro dias, as sessões na Câmara e no Senado só serão retomadas na quarta-feira, 12; STF decretou luto de três dias

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Foto do author Daniel  Weterman
Por Rafael Moraes Moura e Daniel Weterman
Atualização:

No dia em que o Brasil ultrapassou 100 mil mortos pelo novo coronavírus, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal decidiram decretar luto oficial pelas vítimas da doença. No Congresso, o luto oficial será de quatro dias. Já no STF, de três. A decisão foi anunciada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em uma rede social, e pelo presidente da corte, Dias Toffoli, em uma nota.  

Funcionários vestidos com roupas de proteção fazem o sepultamento de vítimas do novo coronavírus no Cemitério da Vila Formosa, na zona leste da capital paulista Foto: Werther Santana/Estadão

Alcolumbre disse que o luto oficial é em solidariedade “a todos os brasileiros afetados pela pandemia e às vítimas desta tragédia”. Com isso, as sessões na Câmara e no Senado só serão retomadas na quarta-feira, 12. “Hoje é um dos dias mais tristes da nossa história recente. O Brasil registra 100 mil vidas perdidas para a covid-19. O Congresso Nacional decreta luto oficial de 4 dias em solidariedade a todos os brasileiros afetados pela pandemia e às vítimas desta tragédia”, escreveu Alcolumbre.

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Em março, Alcolumbre foi diagnosticado pcom covid-19 e permaneceu duas semanas em quarentena domiciliar. Ele retomou as atividades depois disso. O Senado, porém, realiza sessões remotas para evitar o risco de disseminação da doença no Congresso Nacional. A retomada dos trabalhos presenciais, inicialmente prevista para agosto, foi adiada e é incerta.Quando o País atingiu 10 mil mortes, o Congresso decretou três dias de luto.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), considerou  "absurda" a marca de 100 mil mortos. “Estamos convivendo diariamente com a pandemia, mas não podemos ficar anestesiados e tratar com naturalidade esses números. Cada vida é única e importa", escreveu Maia no Twitter.

Maia usou as redes sociais para pontuar que o número de mortes havia sido previsto durante a gestão do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, filiado ao DEM. Mandetta foi demitido em abril pelo presidente Jair Bolsonaro e, após a passagem do ex-ministro Nelson Teich, a pasta está sem titular há 84 dias.

STF decreta luto oficial de três dias

Ao decretar luto oficial de três dias, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli divulgou mensagem de solidariedade às famílias daqueles que perderam a vida por causa do novo coronavírus. “Somos uma nação enlutada, que sofre pela perda de familiares, amigos e pessoas do nosso convívio social. Jamais vivemos uma tragédia dessa dimensão em nosso país”, disse o ministro. 

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“Os reflexos e as dores oriundas da pandemia são inúmeros e imensuráveis. Mas a maior de todas as dores é, sem dúvida, a perda de alguém que amamos. Isso é algo que jamais pode ser restituído ou compensado. Nesses tempos de tantos temores e perdas, humanas e materiais, somos instados a exercer a solidariedade e o espírito fraternal”, acrescentou o presidente do Supremo.

Outras manifestações

“Não podemos nos conformar, nem apenas dizer #CemMilEdaí. São mais de 100 mil mortos; 100 mil famílias que perderam entes para a covid. Que a ciência nos aponte caminhos e que a fé nos dê esperança”, escreveu o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), também repercutiu a marca de 100 mil mortes nas redes sociais. “Quem disse que poucos morreriam? Quem gerou aglomerações em passeios irresponsáveis? Quem sabotou uso de máscaras? Quem debochou das mortes, alegando não ser coveiro? Quem divulgou remédios “milagrosos”, sem ser médico? São as perguntas do Tribunal da História para Bolsonaro”, escreveu Dino.

Até a publicação deste texto, o presidente Jair Bolsonaro não havia se manifestado.

O Brasil já registrou 100.240 mortes causadas em consequência do covid-19, segundo dados do levantamento realizado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL com as secretarias estaduais de Saúde. O País tem quase três milhões de casos confirmados da doença, de acordo com o levantamento. 

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