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Consórcio de governadores do Centro-Oeste negocia compra de 28 milhões de doses da Sputnik V

Imunizante desenvolvido na Rússia ainda precisa de aval da Anvisa para ser aplicado no Brasil

Por Mateus Vargas
Atualização:

BRASÍLIA - Além de governadores do Nordeste, o Consórcio Brasil Central (BrC), formado por sete Estados, negocia a compra de doses da Sputnik V, imunizante contra covid-19 desenvolvido na Rússia que ainda precisa de aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicado no Brasil. A negociação para adquirir 28 milhões de doses da vacina está sendo feita com o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF).

Segundo o consórcio, o cronograma de entregas dependerá da celeridade da análise da agência brasileira, mas a ideia é que a vacina comece a chegar ao País neste semestre. Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Rondônia participam do grupo. O consórcio é presidido pelo governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).

Sputnik V é a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Rússia Foto: Juan Carlos Torrejon/ EFE

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Ainda não está definido como as doses serão distribuídas. Segundo o consórcio, caso as vacinas sejam entregues ao governo federal e repassadas a todo o País, o Ministério da Saúde deverá ressarcir os Estados que participarem da compra.

Além do BrC, o Consórcio do Nordeste assinou a compra de 37 milhões de doses da Sputnik V com o RDIF. Já o Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar), que reúne prefeitos, negocia com o mesmo fundo a compra de 30 milhões de imunizantes.

A eficácia do imunizante, que exige a aplicação de duas doses, é de 91,6%, segundo dados publicados na revista científica "The Lancet". A Anvisa aponta que ainda não recebeu dados suficientes para liberar o uso da vacina. 

No último dia 13, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de 30 dias para a Anvisa se manifestar sobre a importação da vacina pelo governo do Maranhão. Se não houver resposta da agência, o Estado fica autorizado a importar e distribuir a vacina.

Há expectativa ainda de que a União Química produza o insumo farmacêutico ativo (IFA) da Sputnik V no Brasil. A farmacêutica já entregou um lote piloto da vacina, mas ainda precisa pedir certificações à Anvisa para entregar a vacina em escala industrial.

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O presidente Jair Bolsonaro conversou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no último dia 6, sobre a compra da Sputnik V. Nesta conversa, Bolsonaro anunciou a ida da Anvisa à Rússia para inspeção em fábrica da vacina.